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Seguindo linha de Bolsonaro, Ibaneis  engrossa onda de privatização e fala que greve dos servidores é inútil

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), tem se mostrado um fiel discípulo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Isso quer dizer que Ibaneis também acredita que o papel do Estado na prestação de serviços à sociedade deve ser o menor possível, e quem deve ter o domínio sobre as políticas públicas são as empresas.

Neste contexto, o representante máximo do Executivo local já sinalizou que pretende  privatizar inúmeras estatais, sem levar em conta o seu valor à população brasiliense. A última investida foi contra o Metrô, que presta um serviço fundamental para o transporte público do DF.

Como parte desse projeto privatista, Ibaneis ignora também as lutas dos servidores por melhores condições de trabalho, e chegou a afirmar que a mobilização dos metroviários “não vai dar em nada”. A categoria está em greve desde o dia 2 de maio em defesa do cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, contra a retirada de direitos, e outros pontos.

De acordo com o dirigente do Sindicato dos Metroviários Marlon Bernardo, a fala de Ibaneis é uma “tentativa de desmobilização da categoria”. “Mas isso (a fala de Ibaneis) não interfere em nada. Continuaremos mobilizados”, disse.

Já o dirigente do sindicato dos Bancários de Brasília Kleytton Morais, avalia que o posicionamento do governador trata-se de um modismo nacional. Para ele, as sinalizações de Ibaneis em entregar grandes empresas públicas à iniciativa privada, coloca em dúvida o que foi debatido pelo gestor ao longo da campanha eleitoral. Vale ressaltar que, durante esse período, o gestor chegou a dizer que “no meu governo, não se fala em privatização em nada“.

Segundo Morais, que também é trabalhador bancário, as estatais que estão na mira da privatização são extremamente importantes para o desenvolvimento do DF. Como exemplo, o dirigente ressaltou o trabalho desenvolvido pelo BRB como uma empresa pública. Em algumas cidades, como Sobrinho II, por exemplo, o BRB é único banco presente na região.

“Essas investidas são uma alerta para nós . Fica uma indefinição sobre os caminhos a serem tomados. Ao privatizar empresas públicas, o governo  está fortalecendo o interesse privado, porque tanto a população como o Estado não têm lucros”, disse.

Outra importante empresa que está na mira de Ibaneis para a privatização é a Companhia Energética de Brasília (CEB). De acordo com matéria publicada pelo Portal Metrópoles, o governador pretender privatizar, pelo menos, 51% das ações da empresa.

Para o Sindicato dos Urbanitários do DF (STIU-DF), “a entrega das empresas à iniciativa privada demonstra incapacidade do gestor de lidar com eventuais problemas e, de forma pueril, busca alternativa instantânea sem levar em considerar os efeitos da medida a longo prazo”.

Apoiador da reforma da Previdência

Dentro do contexto de Estado mínimo, Ibaneis é também um devoto apoiador da reforma da Previdência (PEC 006) de Bolsonaro − que inviabiliza a aposentadoria e retira direitos. Para o gestor, a medida é a saída para a crise financeira do país.

Em encontro com o presidente da República e outros governadores para debater a construção de um acordo para a provação da PEC, Ibaneis se comprometeu em articular junto ao parlamentares do DF para que o projeto avance no Congresso Nacional.

O presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, afirma que a linha política de Estado mínimo mostrou a quem serve em outros momentos da história, além de trazer consequências graves à população.

“Um Estado sem autonomia gera a desvalorização dos servidores públicos, o sucateamento do serviço público, a privatização das empresas. Como conseqüências, temos um ambiente propício à corrupção, a privação do direito à saúde, segurança e educação, assim como outros serviços públicos. Em linhas gerais, questões essenciais para a sobrevivência do ser humano, perdem valor em detrimento do lucro dos empresários”, disse.

Fonte: CUT Brasília

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