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Fome e desesperança, obras de Ibaneis

Chico Vigilante, deputado distrital do Partido dos Trabalhadores

Voto tem consequência. Acreditar na mídia golpista e apoiar golpe contra uma presidenta honesta, também. E votar em quem prometeu o paraíso e entregou o inferno no DF, muito mais. O Ibaneis passou a campanha mentindo. Tanto que o nosso caríssimo candidato, Júlio Miragaya, o apelidou de Enganeis. O povo do DF recebeu promessas mirabolantes, que iria acabar com o modelo de terceirização do Instituto Hospital de Base, que não privatizaria a CEB, que professor iria ganhar como juiz, que seria paga a terceira parcela do reajuste concedido pelo governo do PT, que criaria centenas de milhares de empregos, entre outras mentiras.

Vejam só, como eu sempre digo, quem acredita em conversa fiada, colhe o infortúnio e a miséria.
Vinte e oito meses depois, algumas promessas foram esquecidas e outras foram cumpridas ao contrário. Ou seja, fez exatamente o inverso. Por exemplo, vendeu a CEB, empresa estratégica. Não deu reajuste aos servidores e, por conta do aumento da contribuição previdenciária, deu arrocho no salário líquido. Ampliou o desastre do Hospital de Base para outras unidades. O secretário de saúde foi preso e o governador não explicou até hoje as falcatruas desse governo.

E os milhares de empregos?

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Distrito Federal e Área Metropolitana de Brasília da Codeplan e do DIEESE informa que a taxa de desemprego total cresceu, ao passar de 18,1% para 18,6%, entre janeiro e fevereiro de 2021. O desemprego aberto passou de 15,4% para 16,0%, e o desemprego oculto caiu de 2,7% para 2,6%. Isso significa mais de 400 mil desempregados no DF. E não adianta colocar a culpa na pandemia, que afetou sim o mercado de trabalho em todo o país.

O problema é que o DF, desde o primeiro dia, não tem uma política de geração de emprego e renda. A propaganda do GDF diz que as obras em curso geram 30 mil empregos. Ora, todo governo faz obras e obra gera emprego, sim. Mas o governo faz muito menos obras do que deveria e poderia. É só ver a buraqueira nas ruas, o mau estado de conservação de várias unidades de saúde e os pontos de ônibus caindo aos pedaços. Mas o caixa do GDF está cheio, seja pelos impostos escorchantes cobrados nos combustíveis, seja pelo dinheiro da venda da CEB. Nos combustíveis, podemos dizer que o GDF é sócio da Petrobrás e dos postos, pois os aumentos que sacrificam o povo resultam em maiores valores de arrecadação do ICMS.

Enquanto isso, o povo está sem emprego e boa parte passa fome, tem a energia cortada e o dinheiro não sobra nem para pagar uma das tarifas de ônibus mais caras do país. Para completar as maldades, Ibaneis vetou a lei aprovada pela Câmara Legislativa, iniciativa do PT e do PSOL, para assegurar um auxílio emergencial distrital para os mais vulneráveis do DF.

O desemprego é culpa de Ibaneis e de seu aliado Bolsonaro, pois ambos fazem a gestão do compadrio com os grandes empresários e esquecem do povo.

No tempo em que o PT governava o DF e o Brasil, tinha obra em todas as cidades. Creches, Upas, asfalto, BRT, hospitais, novas delegacias e muito mais.

Aí, veio a lava jato, com as mentiras do Sergio Moro e Deltan Dallagnol, a Rede Globo destilando seu ódio do Lula e da Dilma, a mídia local esculhambando o Agnelo, e o mito do “teto de gastos”. No GDF, hoje, só tem geração de emprego nas funerárias, nos cemitérios e nas empresas que fazem faixas de “vende-se”, “aluga-se”, “passo o ponto”.

E o Enganeis/Ibaneis passa o pano para Bolsonaro espalhar o Covid-19 nos seus passeios macabros pelas cidades do DF e coloca a capital do País como recordista do desemprego e da quebradeira. Cada vez mais gente morando na rua. Cada vez mais gente pedindo esmola. Cada vez mais brasilienses imploram por um trabalho.

Como eu disse na abertura deste artigo, o voto tem consequência. E a fome e a desesperança são os preços que o povo está pagando pela escolha.

E nós vamos em frente, lutando para construir a mobilização e a consciência que podem mudar esse cenário.

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