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Teatro dos Bancários recebe plenária da Frente Brasil Popular

O Teatro dos Bancários recebeu na noite dessa segunda-feira (28) mais uma plenária de mobilização da Frente Brasil Popular. Aproveitando as sessões de cinema oferecidas pelo sindicato às segundas – dessa vez, foi escolhido o documentário “O dia que durou 21 anos”, sobre a participação decisiva dos EUA no golpe de 1964 – a atividade contou com a presença de dirigentes partidários de diversas siglas, sindicalistas e militantes de diversos movimentos sociais.

O presidente do PT/DF, Roberto Policarpo, fez questão de frisar o crescimento da resistência popular contra o golpismo. Para ele, “nós temos condições de frear o golpe nas ruas”, tocado por aqueles que “perderam as eleições em 2014”. Policarpo também lembrou que os ideólogos do golpe estão empenhados em reduzir os direitos da classe trabalhadora, agindo no Congresso Nacional para retirada de conquistas históricas e encerramento de programas sociais, a exemplo do Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.

O fortalecimento do campo progressista contra o golpe em curso também foi citado pela vice presidente nacional da Central Única Dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro. A dirigente acredita que os atos do dia 18/03, ocorridos em várias cidades do Brasil, foram um ponto de virada na narrativa golpista e que a mobilização tem que continuar. Afirmou, ainda, que “precisamos estar onde o povo está, pois após o ato do dia 31 tem o ‘calendário do impeachment’ e não podemos nos desmobilizar”.

Empenhado no combate ao golpe desde o fim das eleições de 2014 – denunciando as manobras da oposição em seus artigos – o deputado distrital Chico Vigilante foi outro a reconhecer o crescimento do sentimento antigolpe junto a sociedade. Como exemplo, citou a surpresa de no ato do dia 18 ter visto nas ruas companheiros que há tempos não encontrava em manifestações. Para ele, “a sociedade está reagindo, não se defende o governo, mas as conquistas dos trabalhadores”. O parlamentar também aproveitou para fazer um apelo aos dirigentes sindicais presentes a plenária para que coloquem os trabalhadores nas ruas no dia 31 de março. “Não temos medo da luta”, afirmou.

A necessidade de ampliação do diálogo com a juventude deu a tônica da participação de Lucimar Nascimento, prefeita de Valparaíso de Goiás pelo Partido dos Trabalhadores. Para ela, “é muito duro conversar com a juventude e vê-la defendendo o golpismo”. Lucimar também falou sobre a tomada de consciência por parte da população acerca do papel da mídia na condução do golpe, afirmando que “acima de quaisquer governos ou partidos, está a democracia do nosso País”.

Wilma dos Reis, da Marcha Mundial das Mulheres, foi outra a bater na tecla da ampliação do diálogo com as classes populares. Defende que “é preciso conversar com a massa”, deixando claro os desdobramentos do golpe e as consequências para os trabalhadores e trabalhadoras, com grande redução de direitos e perda de garantias, como o FGTS e 13º salário.

Os presentes à plenária deram contribuições diversas em suas intervenções. A parcialidade com que os fatos são apresentados pela imprensa corporativa, tendo como exemplo o “listão da Odebrecht”, evidencia que fazem parte da conspiração para interrupção da Democracia no País. Mais uma vez foi citada a necessidade de diálogo com a população para deixar claro quais os objetivos dos golpistas, que vão desde a redução de direitos e garantias trabalhistas ao fim de programas sociais que garantem condições mínimas de sobrevivência para uma parcela do povo brasileiro. Vale lembrar que o golpe de 1964 não poupou nem os seus ideólogos, com consequências nefastas para a sociedade brasileira.

Misoginia

As agressões à presidenta Dilma Rousseff foram alvo dos discursos durante a plenária. A misoginia que caracteriza boa parte dos ataques não passou despercebida pelos debatedores, sendo, inclusive, objeto de ações específicas de contraponto diante da narrativa golpista. Carmen Foro, da CUT, disse achar normal críticas ao governo, mas que agredirem Dilma pelo fato de ser mulher é inaceitável. Wilma dos Reis lembrou dos xingamentos machistas proferidos contra Dilma na posse do ex-presidente Lula como ministro. Já a prefeita de Valparaíso, Lucimar Nascimento, frisou a necessidade de se trazer mais mulheres para a luta.

A intensidade dos ataques machistas será discutida em plenária específica na CUT Brasília nessa quarta-feira (30) e a intenção é fazer um “bloco feminista” para a grande manifestação do dia 31. A atividade está marcada para as 19 horas do dia 30 e acontece na sede da CUT, no setor de diversões sul.

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