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Rui Falcão: Contra o golpe, petista não foge à luta

Mais de um milhão de pessoas saiu às ruas no último dia 18, em defesa da democracia, da legalidade, contra o golpe jurídico-politico-midiático em andamento. Os comentaristas do quanto pior melhor preferem valorizar a marcha do dia 13, uma manifestação contra tudo e todos, que agrediu inclusive muitos que patrocinaram e participaram do evento.

O que se viu e ouviu naquele dia foi uma repulsa aos políticos e, pior ainda, à própria política, um movimento assemelhado ao fascismo.

Pior, a multidão foi insuflada pela mídia monopolizada, que instiga a intolerância, o ódio e a violência – -como registrou a ampla cobertura, em contraste com o ato da sexta-feira, quando o discurso do Lula foi boicotado nas transmissões de TVs.

A ofensiva golpista não hesita em criar o caos no País para alcançar seu grande objetivo: depor a presidenta Dilma e assumir o governo sem eleições.

Diferentemente de outros períodos, em que os militares derrubaram governos populares, a tática atual, coordenada em todo o Continente, é o chamado golpe “constitucional”, em sintonia com setores do aparelho de Estado e apoiado pela grande mídia.

Ao contrário do que proclamam, quem garante a estabilidade e pode retomar o crescimento da economia é o governo Dilma. Foi este o sentido da nomeação do ex-presidente Lula como ministro-chefe da Casa Civil, para ajudar a presidenta e o País, cuja investidura não pode ser barrada por chicanas jurídicas e grampos ilegais.

Ë preciso que todos saibam: casuísmos e soluções artificiais, como as que são urdidas pelos golpistas, só acentuarão a crise, tanto no plano econômico, como no sistema político.

Como bem assinalou o sociólogo Gabriel Cohn em entrevista recente, “não vai mais que um passo” entre o que ocorre hoje “e regimes autoritários, que não precisam ter feição ‘fascista’ ou assemelhada, mas podem muito bem se ocultar sob o manto de uma democracia representativa com Legislativo conservador, partidos fracos, porosidade ao poder econômico e Judiciário centrado em funções repressivas. O Brasil está a beira disso, e a tarefa mais urgente é conter essa tendência”.

Para contê-la, é necessário prosseguir com a mobilizações, antes e depois do dia 31 de março, com o esclarecimento da população – que pode perder conquistas e direitos.

Também o nosso governo precisa ter iniciativas no plano econômico e ações politicas para romper o cerco em torno dele. Afinal, não é possível que emissoras de rádio e TV, concessões de serviço público, continuem, à margem da lei, propagando e organizando o golpe.

Queremos a paz, o diálogo, a concórdia e a tolerância entre todos os brasileiros (as). Mas, contra o golpe e em defesa da democracia, petista não foge à luta.

Rui Falcão é presidente nacional do PT

 

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