Na quinta-feira (18) antes de fechar o pregão da Bolsa de Valores, Bolsonaro fez uma reunião com os seus principais ministros e decidiu que iria demitir o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
A decisão seria uma bomba e certamente derrubaria o preço das ações da empresa quando anunciada. Afinal, isso indicava mudança na política de preços.
A reunião aconteceu das 16h45 às 17h15 daquele dia. Participaram dela os ministros Braga Netto (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), Bento Albuquerque, (Minas e Energia), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além de Bolsonaro. Seis ministros de estado e o presidente da República. Mais ninguém.
Um desses sete personagens provavelmente é o responsável pelo que aconteceu na operação que fez alguém ou um grupo em milionário da noite para o dia.
por taboolaLinks promovidos
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Compra de 4 milhões de ações
Quase no final do pregão de 1 de fevereiro ocorreram duas grandes compras de contratos de opções de venda das ações preferenciais da Petrobras.
Essas operações foram executadas por meio da corretora Tullett Prebon, que tem se negado a tratar do assunto.
Uma às 17h35, de 2,6 milhões de opções, totalizando R$ 104 mil de investimentos da pessoa que permanece oculta. Outra, às 17h44, de 1,4 milhão de opções, que somaram R$ 56 mil. O pregão se encerra 18h30 diariamente.
Essas opções venceriam no dia 22, segunda-feira. As opções sempre vencem na terceira segunda-feira do mês. Todo investidor sabe disso e neste caso quem comprou sabia que haveria uma grande queda do valor da ação.
Bolsonaro só viria a dar uma pista de que algo poderia mudar na Petrobras em sua live da quinta à noite, que começou às 19h02, quando o pregão estava fechado e depois deste investidor – que se tornou milionário – ter feito as compras das opções.
Como funciona o mercado de opções?
Muita gente tem dificuldade de entender como alguém pode ter gastado R$ 160 mil comprando opções e ganhado quase R$ 20 milhões dois dias depois.
Vou tentar explicar aqui.
Uma das formas para se ganhar dinheiro com a desvalorização de um ativo é a compra de uma opção de venda de ação.
Quem compra uma opção de venda adquire o direito de vender uma determinada ação em uma data e preço pré-determinados. Neste caso, a opção em questão estava programada para ser vendida na segunda-feira (22) por R$ 26,50.
Só que na quinta (18) quando essa pessoa comprou ela já estava valendo R$ 29,27. Era improvável, quase impossível, que caísse quase 10% se nada acontecesse. Só uma mudança drástica levaria a essa queda. E o investidor oculto sabia que isso ia aconteceria.
Por isso ele comprou 4 milhões de opções por 0,04 centavos, um valor quase desprezível.
No pregão de sexta (19), os papéis preferenciais da Petrobras já tinham caído para R$ 27,33 e na segunda (22), após Bolsonaro anunciar a troca no comando da Petrobras (o que foi feito na sexta, mas após o fechamento do mercado), foram para R$ 21,45, uma queda de 26,7% em relação a quinta (18).
Ou seja, o “sortudo” pagou 0,04 por ação e ganhou R$ 5. Multiplique isso por 4 milhões de opções e você chega aos R$ 20 milhões.
Um dos seis ministros citados acima ou o presidente da República são os principais suspeitos de terem vazado essa informação para que alguém tenha se tornado milionário da noite para o dia.
A questão objetiva agora é saber o nome desta pessoa e ir atrás de suas relações. São mais de três mansões de Flávio Bolsonaro que estão em jogo. É muito dinheiro e algo pra lá de batom na cueca. A CVM tem obrigação de saber quem ganhou neste esquema e isso tem potencial explosivo a depender de quem foi. Pode levar a uma CPI e causar um estrago imenso.