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Contra privatizações, CUT, sindicatos e parlamentares lançam Frente em Defesa dos Bancos Públicos

Os bancos públicos – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e, no embalo, os bancos estaduais – estão ameaçados de ser privatizados a preço de banana pelo governo Bolsonaro. Patrimônio do povo brasileiro, essas instituições servem para alavancar a economia em momentos de crise e retração, como no período em que se encontra o país, e por isso precisam ser defendidos. Com esse intuito, parlamentares e dirigentes sindicais decidiram agir e criar a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos.

O lançamento da Frente, que já conta a adesão de 19 partidos políticos e inúmeros sindicatos, acontecerá em 8 de maio (quarta-feira), a partir das 14h, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.

“Diante da atual conjuntura política de recessão e de um governo desorientado, chegou a hora de unirmos forças para mobilizar trabalhadores e parlamentares contra a real ameaça de privatização dos bancos públicos federais e estaduais”, rechaçou o bancário do Banco do Brasil e presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.

Aproveitando o lançamento da Frente, no mesmo dia e horário, será realizado também o Seminário “Bancos Públicos e Desenvolvimento”, que reunirá especialistas em economia do Brasil e do exterior.

Bancos públicos podem incrementar economia em crise

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília e bancário do BB, Kleytton Morais, a adesão de deputados e senadores, de 19 partidos políticos ideologicamente distintos, é uma prova de que os parlamentares estão preocupados com os agentes de desenvolvimento nacional. “É claro que não podemos entregar à iniciativa privada bancos públicos estratégicos que podem ajudar na recuperação da economia, cujas decisões podem baixar a taxa de juros, aumentar a carteira de crédito aos pequenos produtores, além de criar linhas especiais à população de baixa renda”, destacou o dirigente sindical.

Na avaliação da deputada Erika Kokay (PT-DF), essa organização suprapartidária vai analisar todos os projetos que estão tramitando no Congresso. “A defesa dos bancos públicos não é prerrogativa de partidos de esquerda ou da oposição, é uma bandeira que atinge todos os brasileiros e brasileiras”, pontuou a deputada. “Em uma empresa como a Caixa, por exemplo, são operacionalizados 98% do crédito imobiliário que atinge a população de baixa renda. Na iniciativa privada isto não aconteceria, portanto, devemos defender os bancos públicos porque o Brasil precisa deles”, completa.

Segundo a parlamentar pelo DF, a atuação da “Frente é intrínseca ao poder Legislativo, mas também representa um canal de diálogo com os poderes Judiciário e Executivo, com o Ministério Público e, particularmente, com a sociedade civil”.

Acesso à casa própria aos mais pobres

“São os bancos públicos – e não os privados – que facilitam o acesso dos mais pobres à casa própria, além de auxiliar e conceder o crédito para o pequeno produtor rural”, observou o deputado Zé Carlos (PT-MA). Na visão do parlamentar, o papel dos bancos públicos no desenvolvimento econômico e social do país, e no enfrentamento de crises, deve ser apresentado à população brasileira.

Em 2008, os bancos públicos ampliaram, durante a crise econômica internacional, o crédito à população, sendo decisivos para reduzir os efeitos da recessão no Brasil.

“As estratégias e ações adotadas até o momento sinalizam um inevitável enfraquecimento dos bancos públicos. Queremos que a Caixa continue exercendo o seu papel fundamental para a sociedade brasileira”, avalia o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Jair Pedro Ferreira.

À medida que a equipe econômica do atual governo anuncia novas ações que enfraquecem os bancos públicos como agentes das principais políticas sociais do país, a Frente ganha força, segundo os próprios parlamentares. Como exemplo do início do desmonte dessas instituições pelo governo Bolsonaro, a diretoria da Caixa já prepara venda de ativos e anunciou a abertura de capital de quatro subsidiárias do banco.

Programas sociais ameaçados

Atualmente, os bancos públicos respondem por quase metade dos ativos totais, das operações de crédito e dos depósitos totais do segmento bancário no Brasil. Além disso, as instituições financeiras públicas respondem pela operação de políticas sociais como o Bolsa Família, Habitação Popular (Minha Casa, Minha Vida), Agricultura Familiar, Abono PIS/PASEP, FGTS, Seguro Desemprego e FIES. As áreas da Cultura, Esporte e Segurança Pública também estão no guarda-chuva dos bancos públicos.

Além dos deputados e senadores, participarão do lançamento representantes de movimentos sociais, de entidades ligadas a bancos públicos, centrais sindicais, universidades e especialistas em economia do Brasil e do exterior.

Fonte: CUT Brasília

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