Nacional

O adeus sem festa da Eletrobrás

Hoje [quinta-feira, 20/5] é um dia triste para o povo brasileiro. Enquanto nos distraímos com a CPI da Pandemia da Covid-19, que não vai dar em nada, a Câmara dos Deputados, nas caladas da madrugada, aprova a Medida Provisória (MP) que Privatiza a Eletrobrás.

Entregaram, enquanto dormíamos, o nosso futuro aos estrangeiros. Entregaram nas mãos de estrangeiros a nossa Segurança Nacional, a nossa Soberania, a nossa possibilidade de desenvolvimento futuro. A Eletrobrás responde, hoje, por 30% da geração de energia do país e 70% da distribuição dessa energia.

A Eletrobrás concentra desde a Usina de Itaipu, Chesf , Furnas (entre outras), Usinas Eólicas e até a Usina Nuclear. Entregar esse patrimônio, que levou 70 anos para ser construído pelos brasileiros nas mãos de estrangeiros é abrir mão da nossa Soberania e desenvolvimento.

Nenhum país desenvolvido do mundo tem a sua geração e distribuição de energia privatizadas. O Canadá, USA, Inglaterra, China, Rússia, são alguns exemplos da importância desse setor sob o controle do Estado. Alguém pode estar pensando só na conta de luz que vai ficar mais cara para o consumidor na ponta. Sim, isto vai acontecer. Mas não é só isto que está em jogo.

Quando a iniciativa privada investe num setor, está pensando em lucros a curto, médio e longo prazos. Primeiro que o Brasil é o maior produtor de energia limpa do mundo, e isto abre mercado para a exportação de energia. Segundo porque, dentro dessa mesma lógica, teremos como tendência mundial num futuro próximo, veículos automotores rodando com energia elétrica e não mais dependentes de combustível fóssil.

Daí a guerra silenciosa pelo lítio da Bolívia para a fabricação das baterias de carros movidos a eletricidade, e, no Brasil, pela apropriação dessa energia limpa. Com isto, o governo federal e o Congresso Nacional acabam de colocar uma cunha no nosso desenvolvimento futuro.

Quanto a Segurança Nacional, só precisará de um apagão para dominar toda uma Nação. Não dá para imaginar um Exército Nacional atirando no escuro no inimigo que chega por terra, mar e ar. Não dá pra imaginar um Exército tendo que recarregar suas armas obsoletas sob o facho de uma lanterna. Com a apropriação das usinas nucleares geradoras de energia no Brasil, corremos dois riscos: o Projeto de Construção (já concluído) do Submarino Nuclear para proteger nossas fronteiras, foi enterrado; e o risco que corremos de nos tornar um grande depósito de lixo atômico das potências nucleares capitalistas.

Visto que esse tem sido um dos maiores problemas dos países cuja energia elétrica é obtida por meio de Usinas Nucleares. A preocupação com o Meio Ambiente é uma farsa capitalista a olhos vistos. Toda a preocupação do Capital Financeiro e de Propriedade é com os lucros, custe o que custar.

Diante dessa dura realidade que se impõe aos brasileiros, resta saber qual a posição do Exército Brasileiro, a princípio guardião da Segurança Nacional, já que hoje compõe mais de 30% dos cargos no governo atual. Incluindo o Presidente da República (que nunca se despiu da farda) e o Vice-Presidente.

É muito triste a situação do nosso País. Nosso povo está anestesiado, impotente, doente e intubado. Intubado não com oxigênio devido a asfixia provocada pela Covid-19, porque este também está faltando. Mas intubado pela ignorância política e intelectual que retira do nosso povo as armas de luta.

Finalizando meu desabafo, hoje foi mais uma noite de insônia desde que um genocida assumiu o poder no meu País. Não consegui dormir.

Depois do cansaço de assistir o longo e vergonhoso depoimento do general Pazuello, ex-ministro da Saúde, com direito a chilique no final, ainda tive de acompanhar a entrega da Eletrobrás na Câmara dos desPutados em altas horas da madrugada.

Tô cansada! Exausta! Desculpem o desabafo e o texto bruto, sem nenhuma revisão.

(*) Zenilde Moreira Borges de Mora é professora aposentada da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)/Departamento de Biologia

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