Dia Nacional de Luta dos Servidores Federais terá atos no Ministério da Economia e Banco Central nesta terça (18)

A manifestação acontece após a destinação de R$ 1,9 bilhão do Orçamento de 2022 para reajuste somente a policiais federais. Outros protestos, para os dias 25 e 26 desse mês, já estão marcados

Confederações e sindicatos, representando mais de 1,2 milhão de servidores em todo o país, vão se manifestar, nesta terça-feira (18), contra o reajuste anunciado por Jair Bolsonaro que beneficia apenas as categorias da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Os protestos vão acontecer às 10 horas, em frente ao Banco Central e, às 14 horas, em frente ao Ministério da Economia.

Os servidores vão exigir reajustes, após aprovação no Congresso, por indicação do Poder Executivo, de R$ 1,9 bilhão no Orçamento de 2022 para aumentar os salários somente dos policiais, que representam apenas 3% do conjunto de servidores públicos.

Segundo Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), os servidores tem buscado diálogo com o governo, mas sem nenhuma resposta até o momento. “Caso o governo continue sem dialogar e com a intransigência de conceder reajuste apenas a essas categorias, vamos endurecer o jogo. Para isso, estamos trabalhando a construção de uma greve unificada, com os servidores estaduais e municipais. Dia 27 temos uma plenária nacional para definir greve já a partir de 14 de fevereiro”, avisa.

Durante a manifestação, os servidores vão entregar, no Ministério da Economia, um documento onde reivindicam o reajuste de 19,99%, correspondente à inflação dos três anos do governo Bolsonaro.

Sergio também confirma atos nacionais para os dias 25 e 26 de janeiro: “Daqui para a frente, nosso processo de mobilização é crescente”.

Reajuste unificado

As cerca de 30 entidades e sindicatos que representam mais de 1,2 milhão de servidores públicos, entre ativos, aposentados e pensionistas, avisam que, se não houver possibilidade de negociação com o governo, vão organizar uma campanha nacional de reajuste salarial a todo o funcionalismo público do país, até o dia 3 de abril.

Nesse sentido, a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e vice-presidenta do PTDF, Rosilene Corrêa, afirma que, numa conjuntura de retirada de direitos, salários congelados e alta da inflação, nada justifica o governo privilegiar com reajuste apenas uma pequena parcela de servidores, por mais importante que seja a categoria. “Não há problema que esses servidores tenham seus salários reajustados. O problema é que seja apenas para essas categorias. O que é preciso é um reajuste para todos os servidores, nas três esferas do serviço público, bem como, a retomada da política de valorização do salário mínimo”, pontua.

A secretária de comunicação da CUT DF, Ana Paula Cusinato, lembra que, em 2021, a unidade do funcionalismo público garantiu o adiamento da votação da PEC 32, que trata da Reforma Administrativa, apresentada por Bolsonaro. Segundo ela, essa unidade é o caminho para valorização das categorias e a garantia dos serviços públicos de qualidade para a população. “Por isso, a CUT DF se soma a todas as entidades para iniciar a luta desde já. Precisamos garantir reposição salarial para todas e todos, impedir a PEC 32 de avançar e lutar pela revogação da Emenda 95 de 2016, que congelou os investimentos nos serviços para a população.”

Também para o presidente do PT DF, Jacy Afonso, a iniciativa dos servidores federais vem dar seguimento à vitória que impediu o avanço da Reforma Administrativa. “É muito importante e justa essa mobilização, pois os servidores públicos federais estão sem reajuste há anos, enquanto a tabela do Imposto de Renda é corrigida anualmente, ou seja, há imensa defasagem do salário dos trabalhadores. O PT defende reajuste para todos os servidores públicos, garantindo assim, o serviço público de qualidade e a valorização dos profissionais que fazem a administração pública do país funcionar.”

Os servidores federais seguem sem reajuste salarial desde 2015.


PT DF

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