Para o senador Humberto Costa (PT-PE), titular da CPI da Covid, o anúncio é um “reconhecimento de culpa” sobre as irregularidades flagradas pela CPI
O Ministério da Saúde decidiu suspender o contrato com a Precisa Medicamentos para compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin. A informação foi dada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira (29), ao canal de TV CNN. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), titular da CPI da Covid, o anúncio é um “reconhecimento de culpa” sobre as irregularidades flagradas no processo.
“Não resta dúvida que Bolsonaro sabia dos esquemas e prevaricou em não evitar a prática criminosa”, afirma o senador Rogério Carvalho (PT-SE), também membro da CPI no Senado Federal. “Além de não tomar nenhuma providência, o que configura crime de prevaricação, Bolsonaro sequer desmentiu a versão contada pelo aliado de que esteve no Palácio da Alvorada e contou tudo a ele sobre o contrato fraudulento da Covaxin”, completa o senador Humberto.
“Se os problemas na documentação de compra da vacina Covaxim eram apenas “erros formais”, porque é que o Ministério da Saúde suspendeu o negócio?”, questionou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Elvino Bohn Gass (RS). A suspeita cada vez mais evidente de prevaricação por parte do presidente Bolsonaro, segundo a maioria dos senadores membros da CPI, pode atrasar ainda mais a oferta de vacinas ao povo brasileiro.
Silêncio e versões
Diante do silêncio do presidente Bolsonaro, no fim da tarde desta terça-feira (29), logo após cerimônia no Palácio do Planalto, Queiroga e o ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, oficializaram a notícia da suspensão. “Por orientação da Controladoria-Geral da União, por uma questão de conveniência e oportunidade, decidimos suspender o contrato para que análises mais aprofundadas sejam feitas”, afirmou Queiroga.
Durante a sessão da CPI da Covid, o líder do governo no Senado Federal, Fernando Bezerra (PMDB-PE) tentou “vender” a informação de que o presidente Bolsonaro teria mandado apurar os fatos denunciados pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF). A investigação alegada pelo governo teria ocorrido em apenas quatro dias que se passaram entre a alegada comunicação de Bolsonaro ao general Pazuello e a saída do coronel Elcio Franco do governo.
Fonte: PT