Organização e mobilização das profissionais foram essenciais para garantir esse direito
Desde o final de maio, as doulas de Brasília-DF foram incluídas no Plano Nacional de Imunização. Essa iniciativa, ainda que tardia, foi fruto de mobilização das profissionais da capital para garantir esse direito. Marilda Castro, da Comissão Permanente de Doulas do Distrito Federal, comemora a conquista, mas ressalta que as grávidas ficaram por muito tempo sem política pública específica para proteger da pandemia .
“Para variar, as necessidades das mulheres não foram priorizadas desde o início pelo governo federal. Gestantes, puérperas e lactantes começaram a ser debatidas só agora, diante de estatísticas graves. E as doulas também ficaram invisibilizadas, apesar das mulheres acompanharem umas às outras no parto desde que o mundo é mundo “, afirmou Marilda.
Doula é a pessoa que auxilia uma mulher durante a gravidez, no parto e após o nascimento do bebê, providenciando apoio físico e emocional, além de disponibilizar informações sobre o processo de gestação e puerpério.
Para garantir a inclusão no grupo prioritário, Marilda organizou uma comissão de doulas na cidade e confirmou a certificação dessas mulheres, incluindo as parteiras tradicionais. A partir de critérios específicos, como comprovar qualificação, a comissão se encarregou de fazer a negociação junto ao Comitê de Vacinação do Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.
“Foram mais de 100 dias de negociação para uma situação de emergência das mulheres. O número de partos domiciliares aumentou 30% e a casa de parto pública também teve uma procura maior durante a pandemia, para evitar os hospitais e pronto socorros. Nesse cenário, as doulas vêm tendo um papel ainda mais fundamental”, explicou Marilda.
No Distrito Federal, a legislação garante o direito da mulher de levar sua doula para o parto além do acompanhante. No serviço público, Brasília ainda com uma portaria que regulamenta esse direito nos hospitais e maternidades do SUS.
Fonte: Elas por Elas