Há décadas a comunidade do Paranoá deseja um Campus da UnB na região para que jovens e adultos possam cursar, com menos dificuldade, um curso superior, mestrado ou doutorado na localidade. No fim do mês passado essa possibilidade aumentou quando foi realizado, de forma virtual, o Fórum do Pólo da UnB no Paranoá. A reitora da UnB, Márcia Abraão, e a decana de Extensão, Olgamir Amancia, participaram do encontro, que também contou com participação de mais de 100 representantes da comunidade.
Muito importante para a consolidação do Campus, a criação do Fórum é um dos momentos imprescindíveis para a implementação do Pólo. “Nossa expectativa é que o Pólo seja implementado o mais rápido possível”, explica o professor Garibel Carlos, que já foi administrador da cidade e hoje é uma das lideranças que atuam para levar o Campus ao Paranoá. “O Pólo é o primeiro passo para consolidar o Campus. Será uma espécie de sede onde os projetos da UnB serão recepcionados”, acrescenta.
A área para implementação do Pólo, inclusive, já foi definida pelo decreto 34.004/12 do GDF. São 42 mil metros quadrados entre o Paranoá e o parque. A norma cria o projeto urbanístico do Paranoá Parque e institui as áreas de definição dos equipamentos públicos, entre elas o Campus da UnB. A expectativa é que o Pólo possa funcionar na antiga sede da Unidade de Atendimento em Meio Aberto (Uama), onde eram atendidas crianças infratoras.
Em 2015, a Câmara Legislativa aprovou o Plano Distrital de Educação (PDE), onde previa a ampliação física da Universidade de Brasília, com metas de criação do Campus da UnB na cidade.
No mesmo ano em que foi aprovado o PDE, os moradores da comunidade e entidades sociais criaram o Movimento Popular pela UnB no Paranoá e Itapoã (Mupi) como uma forma de fortalecer a luta para a construção de um Campus na região.
A presença da UnB na região começou na década de 80, quando naquela época iniciaram os primeiros projetos de extensão universitária no Paranoá em parceria com o Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá (Cedep). “Precisamos quebrar o mito de que a UnB é somente para a elite, por isso é muito importante trazer a universidade para perto da população”, avalia Adriano Alvez, que participa de vários movimentos sociais na cidade.