CLDF discute instalação da CPI da pandemia no Distrito Federal

Apesar de constar, por decisão do Colégio de Líderes, da ordem do dia da sessão remota da Câmara Legislativa desta terça-feira (18), foi adiada a votação do recurso, de autoria do deputado Leandro Grass (Rede), contra o parecer da Comissão de Constituição e Justiça que decidiu pela inadmissibilidade da criação da CPI da Pandemia. Depois de aprovarem três proposições, alguns parlamentares deixaram o ambiente virtual inviabilizando a apreciação do recurso e de outras matérias, inclusive a proposta de criar um auxílio emergencial para os transportadores do setor de turismo, que faziam manifestação em frente à CLDF.

Ao longo da sessão, distritais de vários partidos sucederam-se na defesa da instalação da comissão parlamentar de inquérito que pretende investigar a gestão do governo Ibaneis Rocha na condução da crise sanitária causada pela pandemia. Leandro Grass ratificou o direito da minoria de requerer a CPI. “Temos as assinaturas necessárias e fato determinado, como exige a legislação”, reforçou. Enquanto Arlete Sampaio (PT) lembrou o papel de “agentes públicos” dos deputados distritais: “Somos defensores do erário. Se não instalarmos a comissão, seremos omissos, coniventes e corresponsáveis pelos malfeitos”.

Por sua vez, Fábio Felix (Psol) conclamou os colegas a não abrir mão da independência e autonomia do Poder Legislativo. “A atividade parlamentar precisa ser fortalecida”, declarou. Já Chico Vigilante (PT) destacou os desmandos da cúpula da Secretaria de Saúde que, no ano passado, foi presa: “Não foi por estarem rezando”. Para ele, a CPI deve ser instalada em nome das famílias das 8 mil vítimas da Covid-19 no Distrito Federal”.

Reafirmando sua permanência na base do Governo, o deputado João Cardoso (Avante) defendeu a CPI da Pandemia e disse não querer carregar culpa pela “omissão”. Observou ainda que o colegiado não tem intenção de culpar, mas de fiscalizar. Embora venha posicionando-se a favor da comissão, a deputada Júlia Lucy (Novo) abriu mão da fala numa tentativa de agilizar a apreciação do recurso para que as demais proposições pudessem ser votadas, fazendo gestões a favor dos transportadores de turismo.

Apesar dos apelos, o presidente da Casa, deputado Rafael Prudente (MDB) encerrou a sessão devido à ausência do número mínimo de distritais para prosseguir com a ordem do dia. Antes, porém, chegou a propor a suspensão dos trabalhos para tentar a recomposição do quórum, sugerindo também que o recurso ficasse como o último item da pauta, para não prejudicar a apreciação dos demais projetos.

Os parlamentares presentes não aceitaram a sugestão e ainda manifestaram-se contra o que classificaram como “manobra” do governo. O deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) responsabilizou Ibaneis Rocha pelos prejuízos causados à população pelo adiamento de votações importantes, como o auxílio emergencial dos transportadores de turismo.

CLDF

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