Atendendo à convocação da CUT Brasília, movimentos sociais e partidos progressistas, centenas de manifestantes participaram do ato contra a ditadura militar na manhã deste domingo (31), data em que o golpe de 1964 completa 55 anos. A atividade se deu em repúdio à orientação de Bolsonaro aos quartéis, de que celebrassem essa “data histórica”.
“Estamos aqui para mostrar que o povo brasileiro tem memória e não esquece os horrores dos anos de chumbo. As mortes, torturas, sequestros, estupros e desaparecimentos realizados impunimente no período precisam ser denunciados todos os dias”, afirmou o secretário de Política Social da CUT Brasília, Yuri Soares.
Segundo o dirigente, a atividade também serviu para homenagear as vítimas da ditadura e da violência cotidiana causada pelo Estado brasileiro. Frases como “Ditadura não se comemora”, “Quem mandou matar Marielle?” e “Lula Livre” estampadas por todo o protesto demonstram que a repressão ainda assola a frágil democracia brasileira.
Para que nunca mais aconteça
Em meio às diversas performances realizadas na atividade, o pau de arara foi uma das mais comoventes. A barra de ferro atravessada entre os punhos amarrados e a dobra do joelho do prisioneiro, normalmente era complementada com eletrochoques, palmatória ou afogamento.
“Os criminosos não respeitaram nem as crianças”, denunciava a faixa com as fotos dos torturados, assassinados e desaparecidos da ditadura militar.
“É inaceitável um presidente incentivar a comemoração de uma política de Estado que usou agentes públicos para praticar crimes contra a humanidade. Estamos falando de tortura e assassinato. Democracia e tortura não podem andar juntas”, diz Soares.
Segundo relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), de 2014, foram reconhecidos oficialmente 434 mortos e desaparecidos políticos no Brasil entre 1946 e 1988, a maioria após 1964, quando iniciou a ditadura no Brasil. Mas o próprio relatório indica que esse número vai muito mais além, já que não se tem o número de vítimas indiretas, torturados que sobreviveram e mortos que jamais foram contabilizados, especialmente os indígenas.
Fonte: CUT Brasília
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