Integrantes do MST, Movimento dos Pequenos Agricultores e Central de Movimentos Populares exigem liberdade ao ex-presidente
“Que tipo de democracia queremos? Que tipo de construção democrática pensamos para o país?” Essas reflexões levantadas pelo prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, quando foi impedido de visitar Lula em Curitiba-PR, serão colocadas à prova a partir desta semana.
Seis militantes de diferentes movimentos sociais farão um ato extremo em prol da liberdade do ex-presidente e pela consequente retomada da Democracia no Brasil. Eles entrarão em greve de fome, que terá início com um ato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (31).
É na Corte que tramitam Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC), que pedem que o artigo 283 do Código de Processo Penal seja considerado constitucional e com isso se proíba a execução antecipada de penas antes do trânsito em julgado. “O caminho para que os seis companheiros saiam da greve passa pela dona Carmen Lúcia criar vergonha na cara, pois ela foi indicada e não eleita, e respeitar a Constituição Federal. Basta colocar algum dos processos em julgamento que os companheiros sairão da greve”, explicou o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile.
Durante a coletiva organizada na tarde desta segunda-feira (30), Stédile apresentou os seis voluntários à imprensa e agradeceu o gesto deles. “Quero agradecer a generosa disposição e espírito desses militantes nesse momento em que colocam em risco suas vidas. Essa é uma causa histórica nesse momento de luta pela democracia e pela justiça no Brasil”, diz Stédile.
Greve contra a miséria
Para o Frei Sérgio Görjen, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e um dos integrantes da greve de fome, o ato é para combater as políticas do governo golpista no Semiárido, que pode levar o Brasil de volta a miséria.
“A nossa greve de fome, como ato extremo, é contra o caos do País e para evitar que esse modelo de exclusão continue”, afirma Görjen. Ainda segundo o militante, o STF é o principal responsável pela situação do país e pelo ato extremo. “A responsabilidade será da ministra Cármen Lúcia e dos ministros Edson Fachim, Luiz Fux, Rosa Weber, Luiz Roberto Barroso e Alexandre Moraes, que votaram contra o habeas corpus que questionava o cumprimento de pena imediatamente após a condenação em segunda instância”, critica.
Além de Frei Sérgio, farão parte da greve de fome os militantes Jaime Amorim, do MST de Pernambuco; Vilmar Pacífico, do MST do Paraná; Zonália Santos, do MST de Rondônia; Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central dos Movimentos Populares de São Paulo; e Rafaela Alves, do MPA de Sergipe. Nos primeiros dias do ato, o grupo irá o STF onde será montada uma tenda de apoio. Eles também ficarão alojados no Centro Cultural de Brasília.
Zonália contou ao longo da coletiva que decidiu participar da greve para evitar que outras mães passem pela situação de não ter nenhum alimento para dar aos filhos e pelo ex-presidente. “A liberdade do companheiro Lula é também a liberdade de todo o povo brasileiro, de todo trabalhador. Só vamos parar a greve quando os juízes determinarem. Nossas vidas estão nas mãos deles”, aponta.
“O que me traz aqui é temos um preso político nesse país. Um homem que dedicou sua vida pelos trabalhadores. Me somo a essa trincheira para evitar que outros companheiros possam morrer de fome. Lutamos para que Lula seja solto. Lutamos para que ele seja entregue aos braços do povo. Acreditamos que nos 13 anos dos governos do PT, com Lula e Dilma, a fome e a miséria estavam distantes das nossas portas”, revela Gegê.
Por Erick Julio, da Agência PT de Notícias
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