Afonso (esq), ao lado de Renato Feijó, da Brigada Partizans Mineiros, integrante do Comitê Brasil Rússia.
A máxima atribuída a George Orwell “a história é escrita pelos vencedores” expressa uma realidade, mas é para ser adotada sem perder o sentido de que a dignidade humana, a inteligência e a razão, no limite, se sobreporão às trevas da ignorância e da barbárie.
Esse é a principal herança da Revolução de Outubro: uma Revolução comandada pela vontade coletiva daqueles que constroem a riqueza da humanidade, dos braços e do cérebro sem os quais não há criação de valor.
Obviamente que a história não é um trem correndo em linha reta. A luta de classes impõe interrupções e retrocessos que, ao fim e ao cabo, servem de aprendizado para a classe operária fazer melhor no momento histórico seguinte. Assim, a Revolução Francesa, a Comuna de Paris e a Revolução Russa de 1905 foram preciosos aprendizados para a classe operária, que soube aprender com seus erros e culminar com a derrubada do capitalismo e do pré-capitalismo russo, em outubro/novembro de 1917.
A Revolução Russa teve um recorte processual sim, mas de ação contínua, aberta ou clandestina, culminando com um salto (que os intelectuais fariseus chamam de “golpe”) quando o Comitê Militar Revolucionário decretou o fim do governo Kerensky e a instituição da Republica dos Soviets (dos operários, soldados e camponeses), na Rússia de 1917.
Os caluniadores do imperialismo, os intelectualoides burgueses, sempre regorgitarão, caluniando Lenin e Trotsky: um recebeu dinheiro da Alemanha, o outro, recebeu dinheiro dos EUA, insinuam em seu contido desespero.
O fato é que esses gênios do marxismo revolucionário, Lenin e Trotski, conceberam um poderoso instrumento da classe operária, capaz de superar a sua pequenez numérica e se mover como a infinita energia potencial de um átomo: o partido.
Daí que os sete primeiros anos da Revolução de Outubro ficaram para sempre. Ali o partido funcionou plenamente, junto com os soviets, o principal instrumento das massas. O stalinismo, é certo, apagou o brilho dos soviets e do partidos, tentando transformar a revolução socialista em uma cartilha, um passo-a-passo, fazendo da República dos Soviets uma lamparina, apagando o farol que ilumina o mundo dos sete primeiros anos. A força do período realmente revolucionário não se perdeu, foi importante para derrotar o nazismo e libertar a humanidade da barbárie , com a vitória soviética na II Guerra Mundial.
Assim, o Socialismo se expandiu, nas ideias e também na pratica, com desvios, deformações, degenerações, é certo. Mas sua energia impulsiona a humanidade até hoje. Não houve Gorbachov, nem Yeltsin, capaz de borrar da história a força propulsora da Revolução Russa e da União Soviética, que se reinventa agora na Rússia de Base Soviética, que sustenta o enfrentamento ao imperialismo na Siria e que mostra ao mundo que o imperialismo tem muito menos influencia social e politica do que o próprio poder imperialista tenta mostrar.
Caravanas de militantes de todo o mundo se deslocam para a Rússia para saudar a Revolução de Outubro e interagir com o seu legado vivo na Rússia de Base Soviética. Do Brasil foram algumas Caravanas, a principal organizada pelo Comitê Brasil-Rússia, que elaborou a nota abaixo para distribuir entre as instituições estatais e da sociedade civil da Rússia.
O objetivo é fortalecer o papel contra-hegemônico da Rússia, da China, dos BRICS e isolar as forças imperialistas que incendeiam o mundo com guerras, com o complexo-industrial-militar e com as bolhas financeiras-especulativas que sancionam as assimetrias entre países e imensas desigualdades sociais, alimentando a espiral de intolerância, violência e atentados contra a vida e a natureza.
QUE VIVA LENIN, TROTSKI E OS BOLCHEVIQUES!
QUE VIVA A REVOLUÇÃO RUSSA!!
*Afonso Magalhães, membro do Diretório Regional do PT DF e Coordenador do Conselho Político da Central de Movimentos Populares-DF.
Texto originalmente publicado na edição 503 do jornal Frente Operária (nov/17)
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