As Secretarias de Mulheres dos partidos que compõem a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), entregaram, na noite desta quarta-feira (29/6), um documento contendo propostas voltadas para o público feminino, a serem integradas ao plano de governo de Leandro Grass, pré-candidato ao Governo do Distrito Federal e à pré-candidata ao Senado, Rosilene Corrêa.
Entre as propostas, estão a promoção da autonomia econômica feminina, a garantia da justiça reprodutiva e a autonomia das mulheres sobre seu corpo, o incentivo à inclusão de meninas, adolescentes e mulheres no esporte e o cumprimento da Lei da Dignidade Menstrual.
O documento também critica o governo de Ibaneis Rocha (MDB), e destaca o aumento do desemprego e da fome no DF, além da implementação de políticas que prejudicam a vida de todos, como a privatização da CEB, a terceirização da saúde pública por meio do IGES-DF, a militarização das escolas, a precarização do trabalho e a carestia.
“Nós, mulheres, maioria no trabalho precarizado e entre os desempregados, no DF, como no país, somos as que mais sofremos com os retrocessos das políticas sociais adotadas no governo Bolsonaro, como o aumento do desemprego, da carestia, da fome e da violência. Com o desmonte das políticas para as mulheres e de combate ao racismo, somos as mais atingidas pelo projeto de morte em curso, principalmente as mulheres negras e das periferias, pois são, na sua maioria, as principais responsáveis por colocar comida no prato e pagar as contas, além de serem as responsáveis pelo trabalho doméstico e pelos cuidados com as crianças, pessoas idosas, pessoas com deficiência e doentes.”
Assista à transmissão do Ato: https://fb.watch/dZHatZ_pwZ/
A Secretária de Mulheres do PTDF, Andreza Xavier, em seu discurso, disse que, em cenários de crise como o atual, as mulheres são as mais atingidas, pois não tem estruturas de apoio. “Essa é a primeira de várias atividades que nós vamos fazer juntas. Nosso objetivo é retomar o governo democrático e popular nesse país, com Lula, Leandro e Rosilene, que possibilite às mulheres vida digna, por meio de políticas públicas voltadas para atender às necessidades reais dessa população, que continua tendo que lutar muito para ter seus direitos garantidos.”
Leandro Grass e Rosilene Corrêa se comprometeram a levar adiante as propostas dos coletivos.
Em sua fala, Grass afirmou que as pautas das mulheres já são prioridade em seu mandato de deputado distrital e que seguirá dessa forma em sua gestão no GDF. “Colocamos as mulheres como prioridade em nosso mandato, desde a composição do gabinete, até as pautas e projetos que trabalhamos.”
Ele ressaltou que a educação pública é feita, em sua maioria, por mulheres e que a sociedade deve reconhecer esse valor. “Queremos fazer um governo paritário, sabendo da importância da visão das mulheres para as políticas públicas.”
Ele disse também que, em seu site, recebe sugestões para sua plataforma de governo e que, no Eixo Mulher, já é possível enviar propostas para esse público.
A professora Rosilene Corrêa, por sua vez, destacou que sua experiência de vida, tanto profissional, como pessoal, a fazem reconhecer e sentir na pele, a importância das políticas voltadas para o apoio às mulheres.
Ela também destacou que é preciso identificar, entre as candidaturas de mulheres, aquelas que defendem as pautas misóginas e coadunadas com o machismo representado por Jair Bolsonaro. “O machismo é ainda pior quando o oprimido se alia ao opressor. Muitas mulheres na política estão a serviço da agenda de opressão às outras mulheres, aliadas ao fascismo e isso não vamos mais aceitar”, disse.
Com relação à militarização nas escolas, Rosilene Corrêa ressaltou que é preciso conhecer a realidade das comunidades que pedem ou concordam com a militarização. “Temos que ir lá nessas comunidades para saber qual o motivo de a população querer a militarização. É preciso reconhecer os problemas sociais enfrentados por essas comunidades e agir para resolver. Se eles temem a violência, temos que combater a violência e, não, colocar crianças e jovens num regime militar dentro da escola.”
O presidente do PT DF, Jacy Afonso, presente na atividade, lembrou que o Partido dos Trabalhadores aprovou a cota de gênero em 1991 e, 20 anos depois, foi aprovada a paridade na direção partidária. “O PT avança, mas ainda precisamos fazer da paridade uma regra estatutária”, disse ele.
O dirigente destacou a importância do envolvimento das mulheres nos próximos meses que antecedem as eleições de outubro. “Nos próximos 90 dias nossa prioridade deve ser derrotar Bolsonaro e Ibaneis Rocha, dois serventes do neoliberalismo desalmado, que atinge, principalmente, às mulheres, mães, donas de casa, que lutam, muitas vezes sozinhas, para cuidar de suas famílias.”
Jacy terminou apontando a vitória das bancárias da Caixa Econômica Federal, que denunciaram o presidente da instituição, Pedro Guimarães, por assédio sexual. Ele deixou o cargo nesta quarta-feira (29). E convocou a toda a militância a participar das atividades políticas que vão acontecer nesta sexta-feira, 1º de julho, na rodoviária do Plano Piloto, às 17 horas. A ação compõem uma série de atividades a serem realizadas pelo partido como preparação para a vinda de Lula a Brasília, no dia 12 de julho.
Fizeram parte da mesa as Secretárias de Mulheres do PV, Renata Fortes e do PCdoB, Theresa Delamare, as deputadas petistas Erika Kokay e Arlete Sampaio, o deputado distrital Chico Vigilante, o presidente do PV, Eduardo Brandão, além de movimentos sociais, coletivos de mulheres e das pré-candidatas dos três partidos às Câmaras Distrital e Federal.
Leia o documento na íntegra:
PTDF