No final de semana dos dias 3 e 4 de junho, o PT DF realizou seu Encontro de Táticas e Estratégias para Eleição 2022. Foram definidos os nomes ao Governo, Senado, chapa federal e chapa distrital. Essas definições passaram pelo crivo de um conjunto de 300 delegadas e delegados. Foi um importante e simbólico momento para fortalecer nossa organização e incidência no processo eleitoral de 2022. Desta forma, a participação das mulheres petistas foi central em todas as lutas que culminaram nos significativos resultados que tivemos.
Importante destacar que um projeto que vai sem mulheres, negros e negras, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, povos originários, vai pela metade. Mas o projeto do PT, em diálogo com os demais partidos da Federação Brasil da Esperança DF, vai por inteiro, colocando na centralidade demandas que são muito caras para nós, sobretudo, no contexto de profundas desigualdades ainda mais acentuadas pelos governos Bolsonaro e Ibaneis.
A eleição de Lula é nossa grande prioridade para recolocar o Brasil nos trilhos e trazer de volta dignidade, comida na mesa e emprego para a população. Porém é também central elegermos uma grande bancada federal progressista, bem como governos e bancadas estaduais que estejam articulados com o grande compromisso pela justiça social.
Desta forma, as mulheres têm papel central nessa construção, pois sempre estivemos na linha de frente da resistência, somos as mais atingidas pelas crises que assolam o país, sofremos com as violências que nos atingem cotidianamente e ainda estamos sub-representadas nos espaços de poder e decisão do sistema político brasileiro. Ao não aceitarmos essa realidade, nos levantamos e ecoamos nossas vozes exigindo os lugares que são nossos por direito, afinal “lugar de mulher também é na política”.
São grandes os desafios das mulheres do PT em todo Brasil, mas me atenho a falar do DF, trazendo um pequeno balanço de nossos resultados até o presente momento.
Começo pela chapa majoritária, em que a companheira Rosilene Corrêa nos representará como candidata ao Senado Federal. Sabemos que Rosilene disputava uma vaga com Geraldo Magela ao GDF pelo PT, mas a vaga, por decisão nacional, em conformidade com os debates realizados dentro da Federação PT-PV-PCdoB, foi para o atual deputado Leandro Grass, combativo companheiro que certamente nos representará com muita potência.
A confirmação de Rosilene ao Senado foi uma vitória para as mulheres e para todo o PT. Relembro que em 2018 apresentamos o nome da companheira Cláudia Farinha ao Senado, mas por razões diversas, Cláudia foi candidata a vice-governadora, desempenhando de forma exemplar seu papel naquele momento. Agora, em 2022, garantimos uma mulher ao Senado, resultado do acúmulo de nosso debate e luta política. Sem titubear vamos juntas com Lula, Leandro e Rosilene!
No âmbito da chapa proporcional para federal, temos 5 nomes, sendo 2 de mulheres: a grande companheira Erika Kokay, que concorrerá à reeleição, e a valorosa companheira Vanessa é o Bicho, que se tornou 1ª suplente após a eleição de 2018. Temos, ainda, a companheira América, que poderá compor a chapa a depender de questões a serem definidas até a data do registro das candidaturas.
No que tange a chapa proporcional, o PT apresentou 16 nomes, sendo 7 CPFs de mulheres e 9 CPFs de homens. Em 2022, pela primeira vez, o PT-DF possui candidaturas coletivas para a disputa eleitoral. Apresento detalhes:
As candidaturas coletivas, caso eleitas, se tornam mandatos coletivos, os quais devem prezar por uma atuação horizontal, compartilhada, democrática e com constante debate de ideias, seja internamente, seja no diálogo com a sociedade. Vale destacar que no atual momento político em que vivemos, esse tipo de iniciativa colabora para o aprofundamento das relações entre as pessoas que se dispõem a disputar espaços políticos institucionais em candidaturas coletivas e a população em geral, na medida em que o contato com a comunidade é maior, mais assertivo e contínuo.
O PT-DF apresenta 3 pré-candidaturas coletivas e todas são formadas majoritariamente por mulheres, são elas: ColetivAção, com as companheiras Cristiane Santos, Cláudia Regina, Gerdani Nascimento e Cristiane Ribeiro. A Coletive Chão, com Lêda Gonçalves, Sheila Campos e Luiza Cruz. E a Coletiva Somos, com Hellen Frida, Cláudia Farinha e Ingrid Soares.
Destaco que todas as candidaturas coletivas possuem mulheres como seus CPFs, ou seja, o registro será em nome de companheiras. As candidaturas coletivas somam 10 pré-co-candidatas.
Das pré-candidatas individuais, apresentamos as companheiras Fátima Rola, Mariana Rosa, Meg Guimarães e Thelma Mello. Valorosas mulheres que certamente terão ótimos resultados.
Importante destacar que em 2022, ficamos a apenas uma vaga de conseguir a paridade na nominata distrital. Na proporção, ficamos com 43,75% de mulheres e 56,25% de homens, superando o patamar dos 30% garantidos pela Lei 12.034/2009, algo histórico para o PT-DF e importante conquista para as mulheres.
Também é importante mencionar o avanço no que tange as candidaturas de mulheres negras. Entre as 7 pré-candidatas, 3 são mulheres negras, ou seja, quase metade das pré-candidaturas femininas. Entretanto, esse número aumenta para 7 mulheres ao considerarmos as demais pré-co-candidatas que compõem as coletivas. Assim sendo, de um total de 14 nomes entre pré-candidatas individuais e pré-co-candidatas das coletivas, temos paridade étnico-racial. Quanto às pré-candidatas lésbicas, bissexuais e trans, entre pré-candidatas individuais e pré-co-candidatas, temos 2 bissexuais e 1 mulher trans negra. Outro importante avanço para nossas lutas.
Infelizmente, em virtude das novas regras eleitorais, sobretudo com a criação das federações, muitas/os pré-candidatas/os acabaram não sendo contemplados na nominata final, pois nossas vagas diminuíram consideravelmente. Entretanto, tenho certeza que estaremos todas/os juntas/os para eleger Lula, Leandro, Rosilene e uma grande bancada federal e distrital. São lideranças que devem ser acolhidas/os pelo partido e contribuir como protagonistas na construção de processos futuros.
Ao apresentar o pequeno balanço acima, compartilho com o conjunto da militância petista, em especial as mulheres, o conjunto de resultados alcançados até aqui no desafiador processo da formação das chapas.
Saúdo e agradeço imensamente todas as companheiras do Coletivo de Mulheres, da Comissão Executiva do PT-DF, nossas deputadas Arlete Sampaio e Erika Kokay, pelo compromisso e determinação com o qual se dedicaram a esse processo. Estou cada vez mais certa de que com unidade e estratégia as mulheres vão ocupar todos os espaços que são nossos por direito. Vamos juntas pelo DF e pelo Brasil!
Andreza Xavier
Secretária de Mulheres PT-DF