O mínimo para a sobrevivência se tornou artigo de luxo
Por Julimar Roberto*
A história nos mostra que, ao longo dos anos, os governos construídos com a participação popular são os que mais deram certo, se tratando do bem-estar do povo. Além de fortalecer a democracia, neles, são significativos os avanços na qualidade de vida e no poder de compra da população, pois a gestão é pensada com ela e para ela ─ principalmente a parcela mais vulnerável.
Prova disso são os governos progressistas de Lula e Dilma que, durante muitos anos, deram voz aos vários segmentos da sociedade. Como resultado, observamos a diminuição significativa da pobreza, aumento real do salário mínimo e a conquista de diversos direitos para a classe trabalhadora.
Já no atual governo, não tem sido fácil. O povo foi colocado para escanteio e toda a construção dessa gestão é pensada para privilegiar uma parcela mínima da sociedade ─ que já vinha sendo beneficiada com os desdobramentos do golpe de 2016 que tirou do poder a presidenta Dilma Rousseff. Não há nem mesmo diálogo com os movimentos sociais e sindicatos, principal instrumento de luta dos trabalhadores.
Como consequência, vemos o avanço surreal da inflação, que chegou a 1,06% neste mês ─ a maior variação para um mês de abril desde 1996, que foi de 1,26%. O acumulativo em 12 meses é de 12,13%, o que tem gerado grandes prejuízos ao povo brasileiro. Tudo está absurdamente caro. O mínimo para a sobrevivência se tornou artigo de luxo.
Para se ter ideia, os carrinhos estão cada vez mais vazios e quase ninguém mais come carne: ou é frango ou é ovo ─ que também tiveram aumento significativo no preço. Em Cuiabá, as pessoas até fizeram fila para pegar ossos de boi descartados pelo açougue, algo que tinha sido erradicado com as políticas sociais dos governos progressistas.
E, mesmo com a inflação consumindo boa parte do rendimento dos brasileiros e com o povo passando fome, o aumento proposto pelo presidente da República para o salário mínimo sequer fez diferença no bolso. Pela primeira vez desde a implementação do Plano Real, o salário mínimo perdeu poder de compra. As perdas giram em torno de 2%. Enquanto que, nos mandatos de Lula e Dilma, o salário mínimo teve aumento real de 27% e 12%, respectivamente. Até mesmo o ilegítimo Temer reajustou o benefício acima da inflação.
Por isso, precisamos repensar nossas escolhas quando estivermos frente às urnas. Qual modelo de gestão queremos para nosso país? Um governo que coloca o povo no centro das discussões ou um governo que atua para segregar e empobrecer ainda mais a população? Para os próximos mandatos, precisamos de alguém que atue para tirar o país da tragédia política e econômica a qual fomos lançados e que traga de volta os anos de ouro que outrora vivemos.
Que não nos esqueçamos jamais da nossa história!
*Julimar Roberto é Secretário de Comunicação do PTDF, Comerciário e presidente da Contracs-CUT