Mais de 1,6 milhão de pessoas estão filiadas ao partido, segundo o TSE. Outras siglas investigadas tiveram queda no número de associados
O Partido dos Trabalhadores (PT) alcançou durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) o maior número de eleitores filiados da história da sigla.
Hoje, 1,606 milhão de brasileiros são associados ao PT, o segundo maior partido do país – atrás apenas do MDB, que, mesmo com uma baixa de 261 mil eleitores filiados nos últimos três anos, ainda conta com 2,1 milhões de integrantes.
Entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021, o PT teve um saldo positivo de 17,1 mil novos eleitores filiados.
O movimento é antagônico ao de outros grandes partidos que também figuraram nas investigações da força-tarefa da Lava Jato por supostos esquemas de corrupção, como mostrou o Metrópoles.
Além do MDB, que teve o maior saldo negativo de eleitores filiados desde o início do governo Bolsonaro, siglas como DEM, PSDB, PP, PTB e PDT perderam entre 82,4 mil e 121 mil associados no período. O PSL perdeu 165,6 mil filiados.
Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Metrópoles, com informações oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Professor da FGV, o cientista político Marco Antonio Teixeira aponta que, apesar do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff e as investigações da Lava Jato, o PT segue um dos preferidos dos brasileiros.
Pesquisa do instituto Datafolha divulgada em 31 de dezembro do ano passado mostrou que 28% dos entrevistados têm o PT como partido favorito. Trata-se do melhor resultado para a sigla desde junho de 2013.
Empatados na segunda colocação, MDB e PSDB tiveram preferência, cada um, de apenas 2% das pessoas.
“Por mais que o partido não tenha se notabilizado no atual governo como legenda de oposição – boa parte dela foi feita no âmbito judicial por PSol, Rede e, volta e meia, até pelo Rodrigo Maia –, o PT é o partido que tem o candidato mais apto a enfrentar Bolsonaro”, diz Teixeira.
Dados da base interna do PT indicam, contudo, que o número de filiados do partido é maior ainda, de 2,459 milhões. O partido alegou que nunca teve decréscimo da quantidade de filiados de um ano para o outro.
“Nós temos muito mais filiados a registrar no TSE. É uma burocracia para registrar”, explica a secretária nacional de Organização do PT, Sônia Braga.
“Somos um partido que tem 42 anos, e estamos sempre incentivando novos quadros. Mas também ajudam a explicar esse aumento a atual conjuntura e a candidatura do presidente Lula, que tem toda uma esperança envolvida com o fim do governo genocida do Bolsonaro”, acresce.
Fonte: Metropoles