Nesta quinta-feira (31), entidades de direitos humanos realizaram um protesto para marcar a data do golpe militar no Brasil, em 31 de março de 1964 e denunciar a violência cometida pelo Estado contra a população. O ato, denominado “Caminhada do Silêncio – Para que não se esqueça, para que nunca mais se repita” , denunciou o aumento das violações de direitos, o incentivo ao uso de armas e o desrespeito às minorias por parte de Jair Bolsonaro (PL).
Durante o protesto, que circulou a Praça dos Três Poderes com faixas e canções símbolo contra a ditadura, como a “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, representantes de entidades de Direitos Humanos denunciaram as violências praticadas pelos governos que, mesmo após o tenebroso golpe militar, continua aterrorizando os brasileiros.
Para América Bonfim, coordenadora do Setorial de Direitos Humanos o PTDF, disse que “estamos aqui lembrando da violência de 1964, mas também das violências diárias contra as mulheres, os negros, os indígenas, a população LGBT. O golpe de 64 causa dor até hoje, pois os órfãos, as mães que nunca encontraram seus filhos, os amigos que se perderam para sempre, isso não tem cura. E ainda temos que lidar com a violência que não parou depois do golpe, pois temos hoje um país com 19 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, trabalhadores que não conseguem mais viver de seu salário. Além de tudo isso, a violência do Estado, que já entra atirando, especialmente nas comunidades mais pobres. E a perseguição às minorias: todos os dias temos notícias de assassinatos de pobres, pretos, mulheres e gays. Essa Caminhada pelo Silêncio é para dizer que não vamos silenciar, que estamos aqui para lembrar que nunca mais aceitaremos o silêncio e as violências das ditaduras”, disse.
Os manifestantes também denunciaram o governo Bolsonaro. Segundo eles, após a eleição do atual presidente, aumentaram as violações de direitos em todos os grupos mais vulneráveis. Além do negacionismo da Ciência: “o fato de o presidente da República incentivar o uso de medicamentos sem eficácia, contribuindo para levar à morte mais de 650 mil pessoas no Brasil, é também uma violência de Estado’, reforça América Bonfim.
Além dos representantes de Direitos Humanos, participaram do ato a deputada Erika Kokay (PT) e o poeta e ativista Pedro Tierra.
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Fotos: Alessandra Gondim