Durante sessão na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), diversos parlamentares comentaram sobre o episódio de intolerância religiosa revelada pelo Jornal de Brasília. “É preciso ter respeito pelas religiões de matriz africana”, afirma o deputado distrital Chico Vigilante (PT).
O caso ocorreu na manhã desta quarta-feira (23), em um terreiro localizado na comunidade Núcleo Rural Sítios Agrovalle, na DF 130km. O local teria sido invadido e destruído por um homem armado e não identificado.
O suspeito já havia sido visto no local na noite anterior e for alertado a se retirar por se tratar de um local sagrado. A todo momento o homem dizia estar no local “a mando de Deus”. No final do dia, o homem foi preso e encaminhado à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).PUBLICIDADE
O deputado destacou que esse tipo de perseguição começou a ser observada no atual Governo do presidente Jair Bolsonaro – que incentiva a violência e o radicalismo – e precisa ter um fim. “Deixo aqui minha solidariedade a essa comunidade, que foi atacada de maneira tão bárbara e covarde”, afirmou.
Segundo relatos, o suspeito estava armado com um facão e amedrontava aqueles que estavam no local, incluindo idosos, crianças e deficientes. Os vizinhos do terreiro também foram ameaçados.
Além do medo, o homem de fato destruiu as imagens a pedradas e, depois, tentou queimá-las, mas foi impedido. Após o ataque, o homem entrou na mata fechada e fugiu. As pessoas que estavam no local tentaram segui-lo, mas não conseguiram.
Sejus
O ataque também causou repúdio na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) e no Conselho Distrital de Promoção da Igualdade Racial (CODIPIR), que publicaram uma nota sobre o crime. Veja na íntegra:CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEhttps://eac1a9cfdacdf6e90a29662a5fda76c1.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“Nesse sentido, compreendemos o corrido não somente como ofensa, hostilização, perseguição, preconceito e discriminação, mas também como uma forma tentada de impor a materialização da figura do demônio em templos de religiões de matriz africana, o que é inadmissível.
A secretaria de Estado de Justiça e Cidadania e Cidadania e o Conselho Distrital de Promoção da Igualdade Racial (CODIPIR) estão empenhados em avançar e executar políticas públicas que visam não somente reprimir as discriminações, mas de criar uma cultura de coexistência e convivência entre os grupos religiosos e, ainda, entre os(as) brasileiros(as) que não professam religião nenhuma.
Cumpre lembrar, por fim, que o fato será acompanhado o caso de perto, até que seja identificado o autor. A Secretaria de Justiça e Cidadania oferta desde já, escuta psicológica especializada às vítimas dessa situação e que fazem parte do terreiro covardemente invadido.”