Nota de Repúdio ao fechamento do Núcleo de Atendimento à Saúde Mental do SAMU-DF

Estamos num ano importante para a política social de atenção à saúde mental no Distrito Federal e no Brasil, com a previsão da realização da 5ª Conferência Nacional , após doze anos sem um debate amplo e participativo no Brasil. No Distrito Federal ,  as entidades/movimentos de defesa de direitos, profissionais da área, e usuários (as) dos serviços de saúde mental estão se organizando e realizando diálogos temáticos, com vista a uma maior/melhor participação da Capital Federal  na Conferência Nacional, em busca da melhoria do atendimento.


Ao mesmo tempo, contraditoriamente, o Governo do Distrito Federal (GDF), anuncia o fechamento do Núcleo de Atendimento à Saúde Mental do SAMU, que é reconhecido nacionalmente pela qualidade do trabalho realizado pelos serviços de urgência e emergência em saúde mental.


É notório que o adoecimento psíquico da população brasileira foi agravado durante a pandemia, e é nítido o rastro de sofrimento provocado nas pessoas e grupos familiares diante do isolamento e de tantas perdas de pessoas queridas. Dessa forma, surpreende sobremaneira, que neste quadro, o GDF cancele os serviços de atendimento psiquiátrico feito pelo SAMU, Unidade de Saúde que existe desde 2016, responsável pelos atendimentos de urgência e emergência em saúde mental no Distrito Federal.


Os dados demonstram a importância do serviço de atenção à saúde mental prestado pelo SAMU: em 2020 foi responsável por 7.123 diagnósticos de problemas psiquiátricos, com registro de ser a terceira maior demanda do SAMU, numa cidade em que 152 jovens tentaram ou conseguiram tirar a própria vida. 


É inadmissível tal decisão! O Governo do Distrito Federal precisa atuar no sentido do fortalecimento dos serviços de atenção à saúde mental da cidade, e não em na destruição de ações que atendam às necessidades da sociedade brasiliense.


É imperativo que o GDF siga os princípios constitucionais: as deliberações sobre as políticas sociais que integram a seguridade social brasileira, devem ser feitas de forma descentralizada e participativa. Portanto, o GDF precisa respeitar as leis e o povo do Distrito Federal.


Por mais serviços de atenção à saúde mental, e pelo não fechamento de nenhum deles: abram as discussões sobre a criação e fortalecimento dos serviços de atenção à saúde mental, evitando maior sofrimento psíquico. 

Fonte; https://www.erikakokay.com.br/nota-de-repudio-ao-fechamento-do-nucleo-de-atendimento-a-saude-mental-do-samu-df/

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