Nesta quarta-feira (8), um ato performático vai tomar conta da Esplanada dos Ministérios. Com o título, ‘A fome Não é Fake’, a ação será realizada em três locais diferentes, sendo eles, Praça das Bandeiras (16h), Catedral (16h30) e Rodoviária do Plano Piloto (17h30). O objetivo é marcar a Semana dos Direitos Humanos, que acontece de 6 a 10 de dezembro e denunciar a tragédia da volta da fome ao Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.
Nas três locações, será apresentada ao público a Nossa Senhora da Fome. A ideia é, por meio de uma imagem que lembre a religiosidade do povo brasileiro, mostrar a situação limite em que se encontram mais de cem milhões de pessoas. A performance terá direção do artista visual Zé Regino. Ele explica que a Nossa Senhora da Fome será representada por uma cabeça de caveira, um manto com os símbolos das causas da fome, como agronegócio, corrupção, inflação, negacionismo e aumento abusivo dos alimentos. Nas mãos, a imagem terá que um bebê morto, sugerindo a mortandade de crianças provocada pela desnutrição e, nos pés, ossos de boi, numa referência ao tipo de alimentação a que os pobres estão recorrendo: ossadas e carcaças no lugar da carne.
Na Rodoviária do Plano Piloto haverá uma espécie de procissão, onde Nossa Senhora da Fome irá caminhar entre a população.
A Fome em números
Os organizadores do ato apresentam os números do país, afirmando que “o governo Bolsonaro trouxe a fome de volta ao Brasil”. Em 2020, 116,8 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e permanente a alimentos. Desses, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave) e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave).
Quase 20 milhões de brasileiros dizem passar 24 horas ou mais sem ter o que comer. Mais da metade (55%) da população brasileira sofria de algum tipo de insegurança alimentar em dezembro de 2020.
Em 2013 o Brasil teve o melhor nível de segurança alimentar da série histórica (Pnad), com mais de 77% dos domicílios nessa condição. Em 2014, no governo da ex-presidenta Dilma Roussef (PT), o Brasil inclusive deixou o chamado Mapa da Fome da ONU.
O ato é uma iniciativa da Federação de Sindicatos de professoras e professores de Institutos Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – PROIFES – com apoio do PT DF.
Confira abaixo a programação completa da Semana dos Direitos Humanos promovida pela PROIFES:
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