Por aclamação, Maria América é eleita com a missão de coordenar um dos setores mais atacados pelo governo Bolsonaro
Durante Encontro realizado no dia 6 de outubro, o Setorial de Direitos Humanos do PT DF elegeu a professora da Secretaria de Estado de Educação do DF, Maria América Menezes Bonfim para estar à frente dos trabalhos nos próximos quatro anos. Candidata da chapa única Com Direitos Somos Humanos por Inteiro, América obteve 72 votos, tendo sido eleita por aclamação, garantindo sete delegados para o Encontro Nacional.
Destacando trechos da Tese de mesmo nome da chapa, a coordenadora pontua o difícil momento para o setor: “Saímos de 14 anos de um país de esperanças e sonhos para este de violência e morte. O governo de Jair Bolsonaro apresenta a pior face do racismo institucional, da homofobia, do machismo e do ataque às políticas que garantem os direitos humanos”, avalia.
Mapa da Fome
Dentre os inúmeros problemas enfrentados no Brasil de hoje, ela explica que a volta do país ao mapa da fome e da extrema pobreza, se contradiz com os números cada vez mais avantajados de bilionários, revelando a progressiva desigualdade social e a concentração brutal de renda. “Com isso, aumenta a precarização do trabalho, a evasão escolar, o crescente trabalho infantil. O ataque aos direitos trabalhistas e sociais, conquistados através de lutas históricas, a ausência de perspectivas de viver com um mínimo de dignidade com o desemprego crescente.”
Democracia em risco
Outro aspecto preocupante para os ativistas dos Direitos Humanos, segundo América, são os constantes ataques à democracia no atual governo. “Há uma política deliberada e coordenada pelo presidente da República para atacar instituições pilares da democracia. Além disso, as medidas usadas pelo mandatário para barrar ou diminuir a participação direta do povo nas decisões de interesse da população, são claramente uma obstrução ao processo democrático.”
Negacionismo
Também, a política negacionista adotada pelo Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, segundo ela, é criminosa por ter incentivado tratamentos ineficazes que corroboraram com a morte de milhares. “Sabemos que a omissão e a ausência de políticas de saúde pública do governo federal no enfrentamento à pandemia da COVID 19, são responsáveis pelas mais de 600 mil mortes no Brasil.”
Aumento da violência contra a população negra
Para a coordenadora, as medidas de Bolsonaro que facilitam o armamento da população, são diretamente responsáveis pelo aumento da violência, especialmente nos territórios mais pobres, esquecidos pelo Estado.
De acordo com o Atlas da Violência 2020, de dados do IPEA e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os homicídios de pessoas negras e pardas aumentaram no Brasil 11,5% em uma década.
Esperança em 2022
América vê as eleições de 2022 como a oportunidade de a sociedade brasileira refletir e promover as mudanças estruturais necessárias para evitar mais perdas no que tange aos Direitos Humanos. “O próximo pleito é uma esperança para a população e pode restabelecer a democracia, com mais justiça social, distribuição de renda e devolver a credibilidade nas instituições. Mas, tudo isso será possível dependendo da qualidade da luta política que travarmos desde já.”
Unidade
América finaliza convidando a todas, todos e ‘todes’ para a adesão às causas dos Direitos Humanos: “Precisamos de todas as mãos para lutarmos contra essa agenda ultraconservadora e neoliberal do atual governo. Esse é o nosso desafio no Setorial de Direitos Humanos do Partido dos trabalhadores e das trabalhadoras para os próximos anos.”
PT DF