Por Fernando Djavan
Vice-presidente do PTBrasília
Com um governo Jair Bolsonaro, que trava a disputa pela chamada pauta de costumes ou cultural, a disputa da secretaria do PT ganha uma importância histórica: opor ao ultraliberalismo, baseado no discurso do esforço próprio, uma alternativa de economia solidária e criativa, além de defender os valores democraticos, humanistas e ambientalistas no campo das ideias, representações e valores.
O núcleo dirigente tradicional de Bolsonaro tem inspirações claras de cunho nazi-fascista, imbricado com a agenda liberal, como acontece em alas da direita americana, e representa autenticamente a direita tradicional brasileira. A mesma aliança que agora dirige o país foi firmada para governar o Brasil em ditadura militar entre 1964 e 1985.
A nova direita bolsonarista, contida apenas pelo pragmatismo do Centrão, profundamente deseja colocar abaixo o pluralismo étnico e multicultural que forma a sociedade brasileira e impulsiona a cultura nacional, e dar impulso ao fundamentalismo religioso e militarismo.
Se tivesse força, Bolsonaro transformaria um Brasil em regime teocrático-militar de direita, mas é impedido pela resistência sindical, popular, artística, partidos de esquerda e movimentos sociais, e até mesmo por setores do centro democrático.
Em Brasília, a ampla aliança social, pela base, tendo a resistência cultural antineoliberal como pilar, deve mobilizar a cidade para fortalecer a cultura de paz, bem viver, ambientalista, de proteção aos animais e criatividade artístico-econômica.
O que une a opinião pública democrática neste nomento é a retomada de um desenvolvimento inclusivo, com promoção dos direitos humanos e aprimoramento da representação popular. Mas é também a defesa do emprego e renda do povo, que em mais uma crise, paga a conta, desta vez simultânea, do custo social do liberalismo, da crise econômica e dos delírios “bolsonazistas”.
O Coletivo Alternativa BSB, que defende a revolução democrática colorida e a resistência cultural, aposta na união de todos os grupos e tendências do PT, na escolha da próxima Secretaria de Cultura do DF, para arrastar as multidões para eleger um governador petista no DF e o presidente Lula a um terceiro mandato, para recolocar o Brasil em sintonia com seu destino progressista.
Essa batalha, com as armas “da poesia e som”, como canta Milton Nascimento, deve unir pensamentos e ações com espírito livre e rebelde, para além das diferenças internas distritais ou nacionais.
Levante sua bandeira, que vai passar o samba popular.
Nossas pautas são:
Transformar a secretaria em “secretaria de cultura e economia criativa”
Lutar pelo caráter permanente da Lei Aldir Blanc, com o auxílio-cultura para produtores de baixa e média renda do DF e no governo federal
Participação ativa da secretaria do DF na elaboração do programa de governo do DF e da candidatura Lula
Engajamento em ações solidárias em suporte aos mais vulneráveis e à população de rua,
promoção de eventos públicos que promovam a cultura democrática, humanista e socialista, valorizando artistas populares, locais e de esquerda
Rediscutir a chamada Lei do Silêncio no DF
Realizar campanhas em defesa de patrimônios da cidade, como a luta contra a privatização de parques públicos, a exemplo do Água Mineral
Articulação de petistas, ativistas e de movimentos sociais que organizam as feiras orgânicas culturais em Brasília
Organização de debates com personalidades e grupos progressistas sobre os desafios da cultura, abertos à sociedade e em locais públicos, em atividades políticas integradas à articulação comunitária
Aliança firme com movimentos culturais pela base e pela candidatura própria ao governo do DF e do presidente Lula.