Em Brasília, manifestantes seguem até o Congresso Nacional para pressionar o impeachment de Jair Bolsonaro. Pela manhã, protestos foram registrados em outras 14 capitais. Rio levou mais de 75 mil pessoas às ruas
Entre as mais de 500 cidades que aderem aos atos pelo “Fora Bolsonaro” neste sábado (24), manifestantes de pelo menos 12 capitais e Brasília seguiram até o início da noite nas ruas mobilizados para cobrar o impeachment do presidente da República. Na capital federal, a concentração teve início por volta das 15h, no Museu Nacional, e ocupou as faixas da Esplanada dos Ministérios em resposta também às ameaças golpistas de Bolsonaro e do ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, no último dia 8 de julho, o general ameaçou a realização das eleições no próximo ano, afirmando que elas podem não se realizar se a Câmara não aprovar o voto impresso. Com cartazes e palavras de ordem, os manifestantes de Brasília deram o recado de que não irão aceitar que a democracia brasileira seja ameaçada. De acordo com a organização, o ato deve ser encerrado no Congresso Nacional.
“Estamos deixando nesse gramado as marcas da liberdade, da democracia,. Fora Bolsonaro, o seu lugar é na cadeia. É esse movimento que segue em frente em nome de Marielle, em nome da rainha Tereza de Benguela, em nome de Zumbi, de Dandara, de Margarida Alves e Chico Mendes que vai arrancar a faixa presidencial que está no peito estufado do fascista”, discursou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) durante o ato.
Em Porto Alegre
Movimentos sociais e populares, centrais sindicais, estudantes, e organizações feministas e religiosas também ocuparam, a partir das 15h, as ruas de Porto Alegre. Na capital gaúcha a manifestação teve início no Largo Glênio Peres, no centro histórico, de onde um número expressivo de pessoas segue em marcha até o largo Zumbi dos Palmares. A expectativa da organização durante a semana era de que até 100 mil pessoas participassem dos atos.
Fortaleza de luta
Na capital do Ceará, a manifestação também teve início às 15h na Praça Portugal, no bairro Aldeota. Do local, ela seguiu em direção ao Centro Dragão do mar de Arte e Cultura, no bairro Praia de Iracema. Ao ver a manifestação passar em frente a sua casa, a nutricionista Luiza Teixeira, aproveitou para sair também em apoio ao ato. Em entrevista ao Brasil de Fato, ela observou que “temos que manifestar nossa opinião porque já são quase 600 mil pessoas mortas por conta dessa pandemia e por conta da negligência desse desgoverno. E eu acho que a gente precisa tirar ele o quanto antes do nosso país porque vai acabar com tudo. Ele está acabando com a nossa saúde, com a nossa existência. Então é importante fazermos isso hoje (o ato) porque é uma forma de mostrarmos nossa indignação”, contestou.
Na capital do Amazonas, palco de uma das maiores tragédias durante a pandemia, quando faltou oxigênio hospitalar no início do ano, manifestantes partiram da Praça da Saudade para percorrer as principais vias da região central até o Largo São Sebastião. Eles protestaram também contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, além de responsabilizarem o governador Wilson Lima (PSC) e o prefeito David Almeida (PSC) pelas mortes na pandemia.
75 mil pessoas no Rio
As capitais Rio Branco, Porto Velho, Natal, Aracaju, Cuiabá, Vitória, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, também tiveram suas principais vias fechadas por manifestantes que protestaram pelo impeachment, “vacina no braço” e auxílio emergencial digno.
Pela manhã deste #24J, as outras 14 capitais brasileiras tiveram protestos. Entre elas, Maceió, São Luís, Salvador, João Pessoa, Teresina, Belém Palmas, Boa Vista, Goiânia, Campo Grande e Florianópolis. No Rio de Janeiro, segundo a organização, ao menos 75 mil pessoas foram às ruas contra o governo federal. Em Recife, a manifestação terminou por volta das 15h, desta vez sem registro de violência policial.