Em entrevista na manhã desta quinta-feira (22), retransmitida em suas redes sociais, Jair Bolsonaro (Sem partido) confirmou que Ciro Nogueira, presidente do PP, entrará para o governo no comando da Casa Civil e se orgulhou de ter “nascido no Centrão”.
Segundo Bolsonaro, “o Centrão é um nome pejorativo. Eu sou do Centrão. Eu fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB. Fui do então PFL”.
presidente ainda citou dois ministros do DEM, Tereza Cristina (Agricultura) e Onyx Lorenzoni (Cidadania), que são do “Centrão” e ressaltou que é impossível governar sem os cerca de 200 deputados que fazem parte do bloco.
“O tal Centrão, que eu chamo pejorativamente disso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do Alckmin e ficou conhecido como algo pejorativo, algo danoso. Eu nasci de lá. A Teresa Cristina é de lá. O Onyx Lorenzoni é do Democratas. O Ciro Nogueira, que deve integrar o governo, é do PP. São pouco mais de 200 pessoas, se afastar essas pessoas sobram 300 votos para mim. Se afasta cento e poucos parlamentares de esquerda – PT, PCdoB, PSOL – eu vou governar com um quinto da Câmara? Não tem como governar com um quinto da Câmara”, afirmou.
O presidente disse ainda que Ciro Nogueira “é a pessoa mais certa” para ocupar a Casa Civil.
“Da minha parte não tem problema nenhum – vou colocar com Ciro Nogueira na segunda-feira – de colocar para dentro do governo. É a pessoa mais certa, dada a vivência que ele tem, para conversar com deputados e senadores”.
Ricardo Barros
Bolsonaro ainda fez a defesa de outro pepista, Ricardo Barros (PR), que está no centro das denúncias de corrupção no Ministério da Saúde que são investigadas pela CPI do Genocídio.
“É impressionante que ele tenha que recorrer à Justiça para ser ouvido na CPI. A honra dele é jogada na lama por pessoas que não têm qualquer credibilidade perante a opinião pública. A CPI tem o dever de ouvi-lo. Eu pergunto: por que deixá-lo sangrando sem resposta?”, indagou.
O presidente ainda afirmou que “até que se prove o contrário, o Ricardo Barros continua na liderança do governo”.
“Até o momento não tenho nada contra o Ricardo Barros. Tanto é que não afastei da liderança do governo. Eu não posso por denúncias afastar as pessoas. Tem que ter alguma materialidade. E até que se prove o contrário, o Ricardo Barros continua no governo”.