A CPI da Covid-19 ouve, nesta sexta-feira (9/7), o servidor do Ministério da Saúde William Amorim Santana para tratar sobre as negociações da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, que está envolta por suspeitas de irregularidades.
Santana é técnico da divisão de importação do ministério, subordinado ao servidor Luis Ricardo Miranda, que disse à CPI da Covid ter sofrido “pressão atípica” de superiores por causa do imunizante indiano.
Miranda também apontou falhas nos invoices – que é uma espécie de resumo da nota fiscal com dados da importação-exportação –, como a forma de pagamento, a quantidade de doses e o nome da empresa intermediária, a Madison Biotech, com sede em Cingapura.
O nome de William Santana foi citado na CPI pela fiscal de contratos da pasta Regina Célia Oliveira, na última terça-feira (6/7). Ela disse que o servidor teria sido o responsável por avisar à Precisa Medicamentos – intermediária das negociações entre o laboratório e o Ministério da Saúde – que as invoices estavam com irregularidades.
A expectativa dos senadores é de que Willian Santana dê mais informações sobre a negociação da Covaxin para o fornecimento de 20 milhões de doses de vacina, ao custo de R$ 1,6 bilhão, e esclareça as “pontas soltas” do depoimento da fiscal de contratos Regina Célia.
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, em requerimento de convocação, que o servidor “tem conhecimento de informações relevantes sobre esse contrato”.
Os parlamentares convocaram e devem ouvir nas próximas semanas a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, e o representante da empresa, Túlio Silveira, assim como Thiago Fernandes da Costa, servidor do Ministério da Saúde e um dos gestores que atuou no contrato da Covaxin.
Há a previsão de que o depoimento do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, à CPI da Covid possa ocorrer no próximo dia 20 de julho.