Há um movimento generalizado de aumento da rejeição ao presidente Jair Bolsonaro como candidato à reeleição. Pesquisas do instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) mostram que essa tendência é mais forte entre moradores de periferias e eleitores com baixa escolaridade e renda.
A comparação entre pesquisas feitas em fevereiro e em junho revela que, nas periferias das grandes cidades, a parcela do eleitorado que não admite votar em Bolsonaro em nenhuma hipótese aumentou de 53% para 67% – um salto de 14 pontos porcentuais em quatro meses. No eleitorado como um todo, essa taxa aumentou seis pontos, de 56% para 62%.
Outros segmentos em que a rejeição subiu acima da média são os dos eleitores que têm de cinco a oito anos de escolaridade, de 25 a 34 anos, que ganham até um salário mínimo e que são evangélicos. Muitos dos entrevistados se enquadram simultaneamente em mais de uma dessas características.
Quanto mais cresce a taxa de rejeição, mais baixo fica o teto potencial de votos de Bolsonaro. Se a eleição fosse hoje, o presidente seria praticamente inelegível, já que a maioria absoluta dos brasileiros diz que não votaria nele. Essas opiniões, porém, podem mudar com o tempo.
Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconteceu o oposto nos últimos quatro meses: sua taxa de rejeição caiu, de 45% para 39%.
Os grupos em que o antilulismo retrocedeu mais são formados por eleitores que ganham de um a dois salários mínimos (15 pontos porcentuais), que vivem em cidades de menos de 50 mil habitantes (também 15 pontos) e/ou são da região Sul (13 pontos).
A pesquisa Ipec divulgada nesta sexta-feira, 25, mostrou Lula como favorito na disputa pelo Planalto, (49% das intenções de voto, contra 23% de Bolsonaro).
O levantamento apresentou ainda Ciro Gomes (PDT) com 7%, João Doria (PSDB) com 5% e Luiz Henrique Mandetta (DEM) com 3%.
O Ipec é formado por ex-executivos do Ibope Inteligência e usa a mesma metodologia do antigo instituto. Na pesquisa, feita entre 17 e 21 de junho, foram entrevistados presencialmente 2.002 eleitores em 141 cidades. Os responsáveis pela pesquisa usaram equipamentos de segurança e foram orientados a manter distância segura dos entrevistados. A margem de erro estimada é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Fonte: Jornal de Brasília