Jornal Nacional destaca ameaças de Bolsonaro contra denunciantes da Covaxin

Renan Calheiros revelou que ministro Onyx será convocado à CPI e que pode solicitar a prisão dele

O Jornal Nacional desta quarta-feira (23) deu amplo destaque aos desdobramentos do escândalo que envolve a vacina indiana Covaxin. O deputado Luis Miranda (DEM-DF), irmão do servidor Luis Ricardo Miranda que disse ter alertado Jair Bolsonaro sobre irregularidades, divulgou nesta quarta conversas com o governo, o que fez o ministro Onyx Lorenzoni anunciar investigações contra os denunciantes – gesto que foi visto como coação por membros da CPI do Genocídio.

“A CPI da Covid avançou nas investigações sobre supostas irregularidades na compra da Covaxin e marcou para sexta-feira o depoimento do servidor que disse que avisou pessoalmente o presidente Bolsonaro sobre as suspeitas no contrato. O governo reagiu: afirmou que os documentos são falsos e, ao invés de investigar a denúncia, mandou investigar o servidor”, disse a jornalista Renata Vasconcellos na abertura da matéria.

O telejornal destacou entrevista dada pelo servidor Luis Ricardo Miranda ao jornal O Globo sobre as suspeitas. “Eu apresentei toda a documentação, o contrato que foi assinado, as pressões que estavam acontecendo internamente no ministério, e a gente levou até a casa do presidente (no Palácio da Alvorada). Conversamos com ele, mostramos todas as documentações, as pressões, e ele ficou de, após a reunião, falar com o chefe da Polícia Federal para investigar”, disse aos jornalistas Natália Portinari, Julia Lindner e Thiago Bronzatto.

O Jornal Nacional destacou fala do presidente da CPI do Genocídio, senador Omar Aziz (PSD-AM), de que Bolsonaro pode ter cometido crime se não agiu para impedir essa compra. “Se o presidente foi comunicado, ele prevaricou e a prevaricação de um presidente é uma coisa muito grave”, disse o parlamentar à GloboNews.

Diante disso, veio a reação do governo através de Onyx Lorenzoni. O telejornal destacou que o ministro negou as acusações e anunciou investigações contra os irmãos, mas não sobre as irregularidades denunciadas.

Isso foi classificado pelo JN e pela cúpula da CPI como uma ameaça por parte do governo contra os denunciantes. O relator, Renan Calheiro (MDB-AL), anunciou que pretende convocar Lorenzoni para depôr na CPI e que a prisão do ministro pode ser pedida.

“Nós temos que levar isso adiante sem aceitar qualquer tipo de coação, intimidação. Isso não pode acontecer. Mais uma vez, quero deixar claro ao Brasil que não aceitamos a coação do Secretário-Geral da Presidência da República, vamos convocá-lo imediatamente”, declarou Calheiros ao JN.

“Adiantamos que, se continuarem as ameaças, as intimidações, a coação a testemunhas e a tentativa de interferir na investigação, nós vamos requisitar a prisão dele”, completou.

fonte: Revista Forum

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