LUTO – 500 mil vidas ceifadas

Quantos sonhos interrompidos! O jovem que saía da universidade para entrar no mercado de trabalho; a avó que planejava sua aposentadoria curtindo netos e filhos. Milhares de pais, mães, tios, tias, primos e primas, amigos e amigas se foram. Comerciários, bancários, eletricitários, professores, médicos, jornalistas, cientistas, sindicalistas e tantos trabalhadores e trabalhadoras das mais variadas profissões já não estão entre nós, ao lado de suas famílias. Além daquele trabalhador mais simples, sem títulos ou patrimônio, que vivia do comércio ambulante, que morava num barraco nas periferias do Brasil, e que não mais poderá prover o sustento de sua família. Todos e todas compõem a lista dos mais de 500 mil mortos, durante a pandemia da Covid 19. O presidente Jair Bolsonaro tem a maior responsabilidade sobre o número de mortos e continua sua campanha mórbida para aumentar as estatísticas. Ele não anda sozinho. O governador do DF Ibaneis Rocha costuma elogiar o “trabalho” do presidente genocida. Sempre foi um aliado para todas as circunstâncias.  O Brasil está de luto; estamos todos de luto. O Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal se solidariza com todas as famílias, ao mesmo tempo em que reúne forças no movimento social e popular para que o país retome o seu caminho democrático e de desenvolvimento social e humano.

Sabotagem

Bolsonaro não parece satisfeito com o patamar de 500 mil mortos e suas ações tendem a ampliar esse número. A letalidade do vírus era conhecida desde os primeiros casos registrados na China, em 2019. O Brasil foi alertado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas o presidente criou um gabinete paralelo, de onde saíram as estratégias para ampliar a infecção no país. Bolsonaro sabotou o plano sanitário traçado pelo Ministério da Saúde, trocou todos os ministros que se pautavam pelas orientações técnicas; acercou-se de servos, como o ex-ministro Pazuello (“manda quem pode, obedece quem tem juízo”) e de aliados como a capitã cloroquina, Mayra Pinheiro, que ocupou um cargo importante no ministério da Saúde.

Negligência

Em pouco mais de um mês, a CPI da Covid no Senado Federal reuniu provas e depoimentos que demonstram a negligência do governo Bolsonaro diante da gravidade da pandemia. Bolsonaro começou negando a doença ao nomeá-la de “gripezinha”. Defendeu (e ainda defende) um tratamento precoce à base de medicamentos comprovadamente ineficazes para conter a infecção pelo coronavírus. Continua realizando aglomerações pelo país, motociatas e manifestações. Sistematicamente, boicota o isolamento social, o uso de máscaras e até a vacinação. No ano passado, impediu a compra de vacinas com entregas a partir de dezembro 2020, apesar da insistência da fabricante Pfizer (o custo seria inferior ao comprado pelo governo este ano). Impediu também, por questões políticas, os investimentos no Instituto Butantan, de São Paulo, visando agilizar a produção de vacinas no Brasil.

Pária global

O resultado é que o Brasil ocupa hoje o primeiro lugar no mundo em número de casos em 24 h. O país caminha para 18 milhões de casos (421 mil no DF), desde o início da pandemia. E ultrapassamos os 500 mil mortos (mais de 9 mil no DF). O Distrito Federal, completamente rendido por Ibaneis Rocha ao desgoverno de Bolsonaro, tem o processo de vacinação atrasado. Não vacinou ainda os professores para que haja o retorno seguro às aulas.

É importante dizer que a sobrevivência à Covid 19 nem sempre é algo tranquilo, pois resulta em milhares de casos de sequelas graves e de difícil recuperação. Devido à negligência do governo, a vacinação ocorre de forma lenta em todo o país. A demora em realizar as compras associada à expressiva demanda global dificultam a chegada das vacinas ao país, fazendo com que o processo de vacinação seja paralisado em várias cidades. O posicionamento do presidente contra a vacina desestimula a população, especialmente, na segunda dose.

O que queremos

O bolsonarismo é um vírus tão letal quanto o coronavírus. Felizmente, a sociedade está se erguendo, como ocorreu no 29M e, agora, no 19J. Estamos na luta, juntamente com a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, por vacina no braço e comida no prato, pelo fortalecimento do SUS, pelos investimentos em pesquisa e pelo Fora Bolsonaro. Nossa luta é por justiça diante das 500 mil pessoas que tombaram na pandemia. Somos movidos pelo desejo de retomar as rédeas de um país democrático, preocupado com a inclusão social e com os direitos de cidadania, igualdade, emprego e renda. Estamos de luto e na luta.

PT DF

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