Um estudo da USP (Universidade de São Paulo) atualizado a pedido da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 no Senado concluiu que o governo federal se “empenhou” e teve “eficiência” na “ampla disseminação” do coronavírus em território nacional contando com a tese da imunidade de rebanho por contágio.
A análise do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário da Faculdade de Saúde Pública da USP se baseia em atos normativos, ações de obstrução e propaganda contra a saúde pública de autoridades federais, entre elas, Jair Bolsonaro (sem partido). Eis a íntegra (2,3 MB).
Os autores do estudo coletaram dados de fontes como normas federais, discursos oficiais, manifestações públicas de autoridades federais e plataformas digitais no período de 3 de fevereiro de 2020 a 28 de maio de 2021.
Traçaram uma linha do tempo e constataram os seguintes atos e omissões:
- defesa da tese da imunidade de rebanho por contágio;
- incitação constante à exposição da população ao vírus e ao descumprimento de medidas sanitárias preventivas;
- banalização das mortes e sequelas causadas pela doença;
- obstrução sistemática a medidas promovidas por governadores;
- foco em medidas de assistência a abstenção de medidas de prevenção;
- ataques a críticos da resposta federal, à imprensa e ao jornalismo profissional;
- e consciência da irregularidade de determinadas condutas.
O estudo da USP chega à CPI da Covid poucos dias após a revelação, em vídeo divulgado pelo portal Metrópoles, de encontro em setembro de 2020 no qual o virologista Paolo Zanotto propôs a Bolsonaro a criação de um gabinete das sombras para aconselhar o governo no enfrentamento da pandemia.
Fonte: Poder 360