Com Lula e Dilma, desmatamento na Amazônia atingiu os menores patamares da história. Hoje, Bolsonaro ataca as florestas e mancha imagem do país no exterior
5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, e a revista National Geographic anuncia para o planeta: “Brasil lidera o mundo na redução das emissões de carbono ao atacar o desmatamento”. Sim, isso ocorreu de verdade, mas não neste sombrio ano de 2021. Quando a mais famosa das revistas dedicadas ao meio ambiente publicou matéria com o título acima, o ano era 2014.
Nos governos do PT, a data de hoje era realmente motivo de celebração. Pouquíssimos países faziam tanto para conter a derrubada de florestas e frear o aquecimento global quanto o Brasil. Com uma fonte de energia majoritariamente limpa — as usinas hidrelétricas —, o país cortava suas emissões de carbono reduzindo o desmatamento como nunca havia sido feito.
O processo de preservação começou nos governos Lula, que fizeram o total da área desmatada por ano na Amazônia Legal cair de 27,7 mil quilômetros quadrados, em 2004, para 7 mil quilômetros quadrados, em 2010, ano em que Lula deixou o Planalto.
Total de quilômetros quadrados desmatados na Amazônia (Por mil):
Dilma Rousseff continuou a política ambiental bem-sucedida. Quando a National Geographic publicou sua reportagem, o governo da presidenta já havia divulgado três medições do desmatamento realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre 2011 e 2013, os números haviam sido ainda mais baixos: 6,4 mil; 4,5 mil ; e 6,8 mil quilômetros quadrados. Naquele ano de 2014, a previsão é que a taxa ficaria em 4,8 mil quilômetros quadrados (mais tarde corrigida para 5 mil).
O desempenho fez o governo Dilma obter o título de menor média de desmatamento anual da história do país. Ao anunciar, em novembro, que o desmatamento daquele ano seria o segundo menor de todos os tempos, a então ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, explicou os fatores que haviam levado a resultados tão bons: uso dos instrumentos de informação aliados a um reforçado aparato de segurança, permitindo que a Força Nacional de Segurança e o Ibama agissem preventivamente, cessando o desmatamento logo após a derrubada das primeiras árvores (veja vídeo abaixo).
Os resultados transformaram o país em exemplo a ser seguido na preservação do meio ambiente. O Brasil se tornou um dos líderes nos processos de negociação nas Cúpulas do Clima das Nações Unidas e, quando, em 2015, apresentou a meta de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo como referência o ano de 2005, ninguém duvidou que o país cumpriria a promessa.
Projeto golpeado
Veio, no entanto, o golpe contra a presidenta Dilma, e o desmatamento e as emissões de carbono voltaram a subir. Com a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, tudo mudou. As queimadas, antes combatidas, passaram a ser incentivadas; o uso da informação foi reprimido, com a demissão do presidente do Inpe por simplesmente divulgar números; e em vez de uma fiscalização rigorosa, o país passou a ter um ministro suspeito de participar da extração de madeira ilegal.
O resultado não poderia ser outro. Em 2019, o total desmatado passou dos 10 mil quilômetros quadrados, algo que não acontecia desde 2008. E, em 2020, a previsão é que fique acima dos 11 mil. A imagem do Brasil internacionalmente também foi manchada. No painel climático promovido pelo presidente dos Estados Joe Biden, quando as nações deveriam atualizar seus compromissos, Bolsonaro fez um papelão.
Primeiro, repetiu a mesma meta de 2015. Ou seja, nada atualizou. Depois, quando prometeu algo novo — alcançar a neutralidade climática até 2050, 10 anos antes do prometido anteriormente —, não demonstrou como irá fazê-lo. “Bolsonaro não é confiável”, resumiu Suzana Kahn, ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. “A quem Bolsonaro quer enganar?”, indagou a ONG GreenPeace.
Fonte: PT