O ministro da Economia, Paulo Guedes, compareceu, nesta terça-feira (1), à Comissão de Educação da Câmara Federal para explicar os cortes orçamentários das universidades públicas brasileiras. Segundo o ministro, o orçamento da área está acima do mínimo constitucional e, mesmo assim, não resulta em bons resultados no nível de educação. Segundo ele, quem decide onde serão feitos os bloqueios é a “política”, em referência ao papel do Congresso Nacional.
“Desde 2008, houve crescimento do total de servidores do MEC. Hoje, o Ministério da Educação tem metade do funcionalismo público federal. Então, porque estamos no último lugar do Pisa?”, questionou. Guedes prometeu desbloquear R$ 1 bilhão da pasta e, caso a economia se fortaleça, a liberar o restante que está congelado.
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), é possível fazer um raio-x do governo federal por meio da análise da proposta orçamentária, “que desconsidera e não valoriza como deveria a educação”. “Como dizia Paulo Freire, se a educação não resolve tudo, sem ela não resolvemos nada”, afirmou.
Segundo a parlamentar, o Executivo não possui um projeto de desenvolvimento nacional. “Se tivesse, não açoitaria tanto as universidades, os institutos federais e a própria educação. Não remeteria para esta Casa uma proposta de emenda constitucional que retira o caráter de proteção social da nossa Constituição e que elege servidores públicos inimigos da nação.”
Erika destacou que os verdadeiros heróis deste país vestem jaleco e portam giz. Ela condenou o ataque que é feito à educação e a instrumentos importantes como as cotas. “São as granadas que são postas no bolso, por um governo que vossa excelência expressou, senhor ministro, que se sente incomodado por filhos de porteiros estarem nas universidades, assim como se sente incomodado com a expectativa de vida que se alarga”, criticou a deputada.
Em sua defesa, Paulo Guedes disse que as menções foram tiradas de contexto pela oposição. “Tudo é entortado nessas narrativas. Esse é o combate. Vocês querem essa radicalização? Tem radicais dos dois lados”, disse o ministro.