Site de checagem de notícias Aos Fatos elaborou uma lista com 12 temas sobre os quais o general Eduardo Pazuello fez afirmações falsas ou imprecisas
No primeiro dia de depoimento à CPI da Covid, na quarta-feira (19), o ex-ministro da Saúde não se importou em mentir na tentativa de preservar Jair Bolsonaro. O general foi capaz de dizer que o atual presidente não interferiu na gestão do ministério nem mandou cancelar a compra de doses da vacina Coronavac, mesmo havendo vídeos de Bolsonaro afirmando que mandou cancelar e lembrando que o presidente era ele (assista abaixo).
O site de checagem Aos Fatos elencou pelo menos 12 tópicos sobre os quais Pazuello fez declarações falsas ou imprecisas. Veja a lista abaixo e acesse a matéria original para ver explicações mais detalhadas das mentiras contadas pelo ex-ministro.
As mentiras de Pazuello na CPI da Covid:
- O ex-ministro mentiu ao dizer que nunca recebeu ordens do presidente para reverter ações do Ministério da Saúde.No ano passado, ele foi desautorizado publicamente por Bolsonaro após anunciar acordo para aquisição de doses da CoronaVac;
- Também é FALSA a declaração de Pazuello de que Bolsonaro não mandou desfazer a negociação com o Butantan pela CoronaVac.Existem posts do presidente e vídeo que comprovam que ele teve que voltar atrás na decisão por ordem presidencial;
- É FALSO que o general só tenha sido alertado sobre a crise de oxigênio em Manaus no dia 10 de janeiro.Registros mostram que ele foi avisado primeiro no dia 6 daquele mês;
- Não é possível afirmar que a testagem tenha sido um dos pilares da estratégia do governo contra a pandemia. Além de a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde não ter sido alcançada, mais de seis milhões de exames ficaram armazenados sem destinação até quase o prazo de vencimento;
- É FALSO que Pazuello não promoveu o uso da cloroquina, como disse à CPI. Além dele próprio ter omitido opiniões a favor do medicamento para tratar a Covid-19, sua gestão organizou a distribuição e fez campanhas de divulgação do suposto “tratamento precoce”, que inclui esta e outras drogas que já se provaram ineficazes contra a infecção;
- O ex-ministro também enganou ao afirmar que o ministério distribuiu cloroquina a indígenas apenas contra a malária. Documentos no site da pasta provam que o medicamento foi enviado a aldeias como tratamento da Covid-19;
- Não é verdade que o aplicativo TrateCov, criado para orientar médicos a prescrever o “tratamento precoce”, não chegou a entrar em operação, como disse Pazuello.A plataforma foi lançada oficialmente em cerimônia em Manaus no dia 11 de janeiro;
- Pazuello também mentiu ao afirmar que sua gestão seguia as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre distanciamento social. No período em que chefiou o ministério, não houve qualquer campanha informativa que se inspirasse nas orientações do órgão internacional;
- É FALSO que o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu ou limitou as ações do Ministério da Saúde para o combate da Covid-19.A corte apenas determinou que o governo federal deve atuar em conjunto com estados e municípios e que não pode revogar decisões adotadas localmente para conter a pandemia;
- É FALSO que a cloroquina seja um medicamento antiviral. A bula do remédio indica que ele tem eficácia comprovada para prevenir e tratar malária e amebíase hepática, doenças causadas por protozoários, não por vírus.
- Pazuello foi IMPRECISO ao comentar a inclusão do painel de evidências na plataforma Localiza SUS porque isso não aconteceu em sua gestão, como ele fez parecer na CPI;
- Também é IMPRECISA a alegação de que o Brasil seria um dos países que mais vacinou no mundo.Estamos nas primeiras posições do ranking de imunizações somente se considerado o número absoluto de pessoas que receberam ao menos uma dose da vacina.
Fonte: PT