A Universidade de Brasília (UnB) declarou que o orçamento para investimentos na fonte do Tesouro está zerado este ano, fato inédito até então. A Lei Orçamentária de 2021 foi sancionada com redução de 4,6% dos recursos para o pagamento de despesas de custeio, que incluem serviços terceirizados, de água, energia, entre outros, e a concessão de auxílios para os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Os investimentos na fonte do Tesouro servem para coisas como construção de prédios, aquisição de computadores e equipamentos de laboratório, compra de livros e bases de dados científicas (itens que ficam no patrimônio da instituição).
Para este ano, o orçamento destinado pelo Ministério da Educação (MEC) à universidade foi de R$ 135,8 milhões, valor 4,6% menor do que os R$ 142,4 milhões de 2020. Em comparação a 2019, quando foram deliberados R$ 146,4 milhões, a queda no orçamento foi de 7,25% em 2021.
A instituição reforçou que trabalha para garantir o mínimo impacto para as atividades acadêmicas – ensino, pesquisa e extensão – e administrativas. Houve também, no final de abril, o bloqueio de 13,8% do orçamento discricionário (verba de gestão livre da universidade) das instituições federais.
Segundo a UnB, a redução crescente de recursos, além de bloqueios e contingenciamentos orçamentários, prejudica a execução do planejamento da Universidade.
“Essa política de contínua redução orçamentária tem trazido dificuldades e desafios nunca antes vivenciados. São afetadas, por exemplo, a manutenção e a melhoria da qualidade acadêmica”, comunicou, em nota. “Dependeremos de buscar recursos de outras formas ou não fazer investimento em 2021, caso a situação não mude”.
“Cabe ressaltar que a UnB, assim como as demais instituições públicas de ensino, tem papel estratégico para o país, ainda mais evidenciado desde o início da pandemia.
A Universidade tem mais de 200 projetos de pesquisa, inovação e extensão de combate à covid-19, entre os quais estudos sobre medicamentos, testes de eficácia de vacinas e desenvolvimento de respiradores de baixo custo. Professores também atuam na linha de frente de enfrentamento à doença no Hospital Universitário (HUB).”, finalizou a Instituição.
Fonte: Metrópoles