No último domingo (9), Dia das Mães, Jair Bolsonaro resolveu deixar sua tentativa de se passar por humilde de lado e ostentou com um churrasco feito com carne de luxo. O pão com leite condensado e o cachorro quente na rua que o presidente gosta de exibir nas redes sociais deram lugar a peças de picanha que custam R$1.799,99 o quilo.
A carne foi levada pelo churrasqueiro que se autodenomina “Tchê”, conhecido como “Churrasqueiro dos Artistas”. Trata-se de uma picanha vendida pelo Frigorífico Goiás e que leva nome de “Picanha Mito”, com uma caricatura do presidente na embalagem.
O preço da iguaria foi descoberto por Marcos Nogueira, colunista da “Cozinha Bruta”, da Folha de S. Paulo, que ligou para o Frigorífico Goiás. A mesma carne, que é uma picanha de gado da raça wagyu, é vendida também sem a embalagem do “mito”. No site do frigorífico, ela sai por R$1.200 o quilo, mas atualmente está em “promoção” e pode ser comprada por R$599 o quilo.
A “ostentação” de Bolsonaro ocorre justamente em um momento que a população vem sofrendo a redução de seu poder de compra diante da disparada do preço dos alimentos e, impactada pela redução do auxílio emergencial, já se depara com a volta da fome.
De acordo com o Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, conduzido pela Rede Pensssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) e divulgado em abril deste ano, a fome atingiu 19 milhões de brasileiros em 2020.
A pesquisa também revelou que 116,8 milhões de brasileiros viveram com algum grau de insegurança alimentar nos últimos meses, o que corresponde a 55,2% dos domicílios.
Fonte: Revista Forum