Por Bela Megale
19/04/2021 • 15:47
Funcionários da Caixa Econômica Federal começam nesta segunda-feira uma mobilização contra a privatização da área de seguridade e o esvaziamento do banco. O movimento é coordenado pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Batizada de “Brasil Seguro é Caixa Pública”, a campanha também destaca a posição dos bancários contra à pressão do governo para a devolução dos chamados Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs), recursos que o banco aporta em seu capital para a concessão de crédito e investimentos em setores estratégicos, como infraestrutura, saneamento e habitação.
– Paralelamente à venda da Caixa Seguridade e de outras subsidiárias do banco que geram lucro ao Brasil, enfraquecendo a única empresa 100% pública do país, o governo toma medidas para diminuir ainda mais a sua capacidade de realizar políticas públicas impulsionadas pelos bancos estatais – diz Sergio Takemoto, presidente Fenae.
Outro foco da campanha é o IPO da Caixa Seguridade, marcado para começar em 29 de abril. A operação que chegou a ser avaliada em R$ 60 bilhões antes da crise econômica causada pela pandemia da Covid-19 hoje é estimada em R$ 36 bilhões. Esta é a terceira vez que a direção da Caixa tenta vender a subsidiária de seguros. A última tentativa foi em setembro e acabou suspensa devido à instabilidade do mercado.
A Fenae afirma ainda que a direção da Caixa está pressionando os funcionários a comprarem ações da subsidiária de seguros e a intensificarem a venda para clientes do banco. Do total da chamada “oferta de varejo” do IPO, cerca de 10% foi alocado para os trabalhadores da Caixa. Para estimular a compra das ações pelos empregados, o banco atua para adiantar salários e pretende autorizar a conversão de ausências permitidas e de licença prêmio, desde que vinculadas ao IPO.