Dia Mundial do Jornalista: Brasil é o país com maior número de periodistas mortos por Covid-19

Dossiê da Fenaj mostra que mais de 160 jornalistas morreram da doença no exercício da profissão. A entidade homenageou, e o Jornal Brasil Popular também, as vítimas que faleceram e se solidariza com familiares e amigos

Nessa terça-feira (6), véspera do Dia do Jornalista, comemorado nesta quarta-feira (7), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lançou o dossiê “Jornalistas vitimados por Covid-19” e afirmou que as mortes de jornalistas pela doença, no primeiro trimestre de 2021, superaram as registradas em 202o, o que coloca o Brasil como o país com o maior número de mortes de jornalistas por Covid-19 no mundo.

O documento indica também que, entre abril de 2020 e março de 2021, 169 jornalistas morreram vítimas da Covid-19.

O levantamento da federação foi elaborado pelo seu Departamento de Saúde, com a sistematização de dados a partir de notícias e de acompanhamento pelos Sindicatos de Jornalistas.

O dossiê também mostra que em três meses o número de mortes neste ano supera todo o ano de 2020, quando foram registradas 78 mortes de abril a dezembro. Em 2021, são 86 vítimas, percentual 8,6% maior que no total de 2020.

Conforme Norian Segatto, diretor do Departamento de Saúde da Fenaj responsável pela sistematização do dossiê, no primeiro trimestre de 2021 a média é de 28,6 mortes de jornalistas por mês. “Os 169 casos apurados até agora são resultado da necropolítica do governo federa. Os números mostram a urgência de a sociedade se posicionar contra o governo genocida de Jair Bolsonaro”, afirma o dirigente.

Os estados com maior número de mortes de jornalistas são Amazonas, Pará e São Paulo, com 19 ocorrências cada, seguido do Rio de Janeiro (15) e Paraná (13). Na categoria, a maioria dos casos é na faixa etária dos 51 a 70 anos (54,9% das mortes) e entre homens, sendo que entre as vítimas fatais da doença, 9,8% são mulheres jornalistas.

“Assim com os profissionais da saúde, a categoria dos Jornalistas também está se sacrificando para garantir informação de qualidade para a população brasileira. Os números são alarmantes, mas vamos continuar cumprindo nosso papel, porque informação verdadeira também ajuda a salvar vidas”, afirma Maria José Braga, presidenta da Fenaj.

A Fenaj alerta que os dados podem estar subnotificados e que o dossiê é atualizado de maneira constante.

Desde o início da pandemia, a Fenaj atua em diversas frentes para orientar e organizar a ação dos Sindicatos, de forma a garantir condições adequadas de trabalho, denunciar junto aos órgãos fiscalizadores quando as medidas sanitárias são desrespeitadas e, ainda, denunciar à sociedade os ataques sofridos pelos profissionais jornalistas, que também contribuem pelo combate à pandemia com a produção de informação.

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