GDF derruba barracos em ocupação próximo ao CCBB

Segundo a Secretaria DF Legal, a maioria dos barracos estavam desocupados e servindo de abrigo para catadores de recicláveis. O Correio, no entanto, teve acesso a relatos de que famílias com crianças estavam morando no local

Equipes da Secretaria DF Legal desocuparam uma ocupação irregular próximo ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na L4 Norte, na manhã desta segunda-feira (22/3). De acordo com informações do Governo do Distrito Federal (GDF), a ação foi realizada após reclamações na ouvidoria sobre o aumento de edificações de papelão e compensado de madeira no local.

Segundo a Secretaria DF Legal, a maioria dos barracos estavam desocupados e servindo de abrigo para catadores de recicláveis. No entanto, o Correio teve acesso a relatos de que famílias com crianças estavam morando no local e até uma escolinha voluntária foi erguida para atender a população em vulnerabilidade.

Elaine Santos Machado, de 33 anos, tem cinco filhos pequenos e mora há 15 anos na ocupação. “Eles chegaram aqui sem aviso e nos ameaçaram. Ou quem tinha o cadastro na Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF ficava com o barraco de pé e perdia o cadastro, ou derrubava o barraco para manter a chance de conseguir uma casa. A gente teve que escolher”.

Ao todo, sete pessoas estavam com o cadastro aprovado na Codhab, mas apenas duas moradias ficaram de pé. Enquanto a reportagem esteve no local, fiscais da DF Legal aguardavam o fim das aulas na escolinha, com alunos de 5 a 16 anos, ministrada por professores voluntários. Enquanto as crianças estudavam, as casas eram derrubadas por trator.

A desocupação foi acompanhada pela deputada federal Talíria Petrone (PSol). A parlamentar tentou impedir a ação de derrubada e, por meio das redes sociais, manifestou indignação. “Estamos agora em uma ocupação com 38 famílias, que está sendo destruída pelo governo do DF. Já derrubaram várias casas, inclusive de uma mãe com uma recém-nascida e querem derrubar a escola. Estamos aqui pressionando, junto com os moradores, para parar esse absurdo”, escreveu.

Posicionamento

Ao ser questionada sobre a derrubada da escolinha, o GDF não se pronunciou. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), houve diversas abordagens no local para acolhimento das famílias.

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) informou que existem processos para a inclusão dessas famílias em programas de políticas habitacionais e está analisando todos os casos para que possam ingressar na lista de vulnerabilidade social. A Polícia Militar também atuou na operação.

Fonte e fotos: Correio Braziliense

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