Por Ingrid Soares*
A cada 1 minuto, mais ou menos, uma pessoa morre de COVID-19;
A cada 1 minuto alguém perde o seu amor por COVID-19;
A cada 1 minuto alguém está dando seu último sopro de vida;
A cada 1 minuto alguém partiu sozinho e seus familiares não puderam se despedir e nem vão poder;
Enquanto escrevo mais alguém está morrendo.
Mas, será que essa doença de fato teria esse desenrolar caso tivéssemos políticas de enfrentamento a ela? Será que teríamos tantas mortes assim?
Vamos recapitular a história?
Em 2009 tivemos a pandemia de H1N1. Aqui no Brasil criamos um sistema de vigilância da doença, o alvo era a entrada e saída de passageiros, pessoas que tiveram contato com as pessoas acometidas pela doença.
Em maio/2009 tivemos casos confirmados em SP, RJ e MG, essas pessoas tinham viajado para os EUA, Argentina e Chile. Em meados de Julho/2009 a OMS declarou a pandemia.
Estudos do Instituto de Medicina Tropical da USP aponta que, entre 2009 e 2010, tivemos 105.054 casos de notificações e 53.797 casos de óbitos.
Entendo que a transmissibilidade dos vírus são diferentes. Mas entendo também que antes tínhamos um sistema de vigilância da doença (por parte do Governo Federal). Desenvolvemos as Vacina de H1N1 (a vacina oferece como proteção em torno de 70% de eficácia).
O presidente, à época, disponibilizou 2,1 bilhões de reais para aquisição de vacinas, insumos, material de diagnóstico, equipamentos de hospitalização e ampliação dos leitos de UTI, além de determinar a ampliação dos turnos nas unidades de saúde.
Conseguimos produzir um kit nacional para diagnóstico da doença a um custo 55% menor em relação aos similares importados.
Em apenas três meses, utilizando as vacinas adquiridas e os novos lotes fabricados pelo Instituto Butantan, o Brasil conseguiu vacinar 92 milhões de pessoas (ou seja, em média de 30 milhões de pessoas por mês), ultrapassando com ampla margem a meta em relação ao público alvo.
Atualmente…
Em quase um mês do início da vacinação temos em torno de 13 milhões de pessoas vacinadas contra o COVID (primeira dose), menos da metade do que vacinamos em 2010. Temos notícias o tempo todo que pessoas próximas de nós estão morrendo, que os insumos, material de diagnóstico, equipamentos de hospitalização e ampliação dos leitos de UTI estão acabando. Pessoas estão morrendo por falta de UTI.
O presidente de 2009/2010 conseguiu controlar uma pandemia com investimentos na saúde, programas educativos para a população entender o que era a H1N1, mostrou que não era uma gripezinha, incentivou a população a se vacinar em massa.
O presidente de 2020/2021 cortou os investimentos da saúde, trás DESINFORMAÇÃO sobre a COVID-19, DESINCENTIVA a vacinação (vai que vira jacaré?), afirma que é só uma gripezinha.
Já morreram 294.042 pessoas de COVID, cerca de 5,48 vezes mais que a H1N1 num período igual.
Meu Facebook/Instagram/Whatsapp estão igual às páginas de obituário, só tem postagens de falecidos e, em sua grande maioria, de COVID-19.
E não venham me dizer que a culpa não é no GENOCIDA DA PRESIDÊNCIA, afinal, um presidente dá conta de cuidar da sua população e o outro não?
Obs.: o Presidente de 2009/2010 é um metalúrgico, como dizem, analfabeto e QUE ENTENDIA DE FATO A NECESSIDADE DO POVO BRASILEIRO.
Enquanto eu escrevia 48 amores de alguém foram a óbito devido à COVID-19.
Ingrid Soares, 28 anos, Estudante de Medicina na UnB, Militante da JPT.
A Foto da capa é do ato realizado em setembro por artistas de Brasília intitulado “Quem partiu é o amor de alguém”.
