O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, afirmou nesta 2ª feira (22.fev.2021), que países ricos estão dificultando a aquisição de vacinas pela Covax, iniciativa liderada pela entidade para garantir a distribuição mais equalitária de imunizantes contra a covid-19 entre países ricos e pobres.
A intenção é que cada país consiga doses suficientes para imunizar ao menos 20% da sua população, entretanto, Adhanom disse que a Covax enfrenta embargos para a compra de vacinas por causa de acordos que alguns países ricos estão fazendo com os fabricantes.
Sem citar nomes, o dirigente fez um apelo para as nações mais desenvolvidas. “Mesmo se tivermos os fundos, só podemos entregar vacinas aos países mais pobres se os países de alta renda cooperarem no respeito aos acordos já feitos pela Covax e os novos acordos que estamos fazendo”.
O Covax também enfrenta dificuldades financeiras, já que precisa de pelo menos 22,9 bilhões de dólares para financiar totalmente a meta deste ano, de garantir 2 bilhões de doses para 92 países pobres. “É importante notar, no entanto, que o dinheiro não é o único desafio que enfrentamos. Se não houver vacinas para comprar, o dinheiro é irrelevante”, disse o diretor-geral.
A diretora-geral assistente de medicamentos da OMS, Mariângela Simão, que também participava do evento, criticou a falta de distribuição igualitária da vacina entre os países. “Não podemos levar dez anos para a vacina chegar a todos nos países mais pobres”, afirmou.
Em janeiro, Adhanom já havia defendido a distribuição igualitária por meio do Covax. “A hora de entregar as vacinas equitativamente é agora”, disse o diretor-geral da OMS em entrevistas a jornalistas. No Brasil, o plano do Covax prevê a entrega de 10.672.800 de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca no primeiro semestre de 2021.