Por Cibele Moreira
Nesta quarta-feira (24/2), o Distrito Federal registrou a maior alta de casos diários de covid-19 de 2021, com 1.361 novas ocorrências da doença. Desde 29 de janeiro a capital não tinha registros de novos casos acima de mil. Na avaliação de Breno Adaid, pesquisador do Centro Universitário Iesb e doutor em administração e pós-doutor pela Universidade de Brasília (UnB) em ciência do comportamento, esse aumento pode ter grande relação com o período do carnaval.
“As pessoas estão se aglomerando, tirando a máscara quando têm oportunidade. Estão voltando para a vida normal antes da pandemia. Esse movimento gera uma crescente no número de casos”, pontua Breno. De acordo com ele, janeiro foi o mês com uma maior alta de novos infectados no DF. “Teve muita gente que viajou, se aglomerou em festas de final de ano. O que impactou para a alta”, explica.
Para o especialista, depois de quase um ano de pandemia, a tendência esperada era de queda nos casos. “Levando em consideração que quem pegou o vírus fica um tempo com a imunidade, então se temos uma grande parcelas de pessoas que tiveram a doença era para ter, depois de um ano, diminuído as notificações do vírus”, ressalta.
Breno Aidad faz uma análise rápida de comportamento para explicar o aumento de infectados. “Temos uma grande parcela de jovens que não mudaram em nada a sua rotina e se tornaram super espalhadores. Temos o grupo intermediário que está em casa, mas sai de vez em quando para ir no mercado, encontrar amigos. E temos o grupo de risco que ficou totalmente isolado. O que ocorre é uma mudança no grupo intermediária que começou a flexibilizar mais e agora, com a vacinação dos idosos, também teremos um impacto bem grande lá na frente, porque, apesar de vacinados, eles ainda podem pegar a doença — de maneira mais branda — e contaminar outras pessoas”, explica Aidad.
A média móvel de casos também subiu nos últimos 14 dias, ultrapassando os 50%.