O Sindicato dos Bancários de Brasília participou, nesta quinta-feira (21), do Dia Nacional de Luta em Defesa do Banco do Brasil. A atividade no Distrito Federal se concentrou num ato em frente à agência do Banco no Cruzeiro, que existe há 50 anos e seria e uma das 361 unidades fechadas no País, dentro do processo de reestruturação anunciado pela diretoria da instituição. A agência do Cruzeiro tem 19 funcionários – 11 concursados e oito terceirizados.
O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, denunciou a política de desmonte do BB implementada pelo governo federal, por determinação do presidente da República, Jair Bolsonaro. “Somos totalmente contra a privatização dos bancos públicos”, discursou o sindicalista.
O ato marcou, também, a criação de um comitê comunitário para lutar contra o fechamento da agência do Cruzeiro. Integram o colegiado a Associação de Moradores, a Associação Comercial local e a Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc). “No últimos anos, já fecharam a agência da Caixa Econômica Federal, o posto do Corpo de Bombeiros e tiraram o Batalhão da PM. Se fecharem o Banco do Brasil, o que vai restar para a população do Cruzeiro”, questionou o presidente da Aruc, Rafael Fernandes.
A moradora Lúcia Cabral, que é correntista da agência do BB no Cruzeiro, se aliou aos manifestantes. Segundo ela, aquele é o único ponto de atendimento bancário existente no local. “É bom para todos, desde os comerciantes, funcionários públicos, aposentados e pensionistas. Se fecharem esta agência será horrível”, afirmou ela, propondo um abaixo-assinado para exigir do governo e da direção do BB a manutenção da agência.
Governo enfraquece a instituição
“O processo de reestruturação do Banco do Brasil, com a demissão de 5 mil empregados e o fechamento de 361 pontos de atendimento em todo o País, enfraquece a instituição e abre espaço para que a concorrência entre em nichos importantes de posicionamento de mercado”. A avaliação é do presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais.
Segundo ele, o redesenho não leva em conta os impactos sobre o funcionalismo e o papel importante da instituição secular, que é o BB, de ser um banco público, com responsabilidades para com os acionistas e focado na inclusão da sociedade brasileira.
“O que dizem para o mercado é que se trata do fortalecimento do BBl, mas o que vemos é o contrário. Estão entregando fatias consideráveis e rentáveis para outros setores, diminuindo os resultados da instituição”.
Ele cita como exemplo a venda pelo Banco do Brasil da carteira de créditos ao BTG Pactual, considerado o maior banco de investimentos da América Latina. “Um absurdo que levanta muita suspeita”, aponta.
Privatização – Morais denuncia que a reunião do Conselho de Administração que aprovou a reestruturação do BB não teve a presença da representante dos funcionários. “O banco está redesenhando sua estratégia sem a participação dos trabalhadores. Isso dificulta o processo e gera efeitos negativos para a instituição”.
Ele também descarta a privatização do BB. “Não acredito que isso seja viável, devido à resistência da sociedade, dos funcionários e de outros agentes que precisam do banco. Entre esses agentes, o presidente do Sindicato dos Bancários, que é funcionário de carreira do BB, cita o agronegócio, a agricultura familiar e os industriais. “Esses agentes salvaguardam o BB como instituição pública eficiente e eficaz”, completa o sindicalista.