O apagão no Amapá deu o tom de mais um dia de protestos contra a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB). Trabalhadores e trabalhadoras reuniram-se nesta quarta-feira (11/11), em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), para repudiar a iniciativa do governador Ibaneis Rocha (MDB) de vender a estatal.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Sistema Elétrico Brasileiro, esteve no ato e disse que o caso do Amapá é simbólico do fracasso das privatizações do setor, as quais geraram aumento de tarifa em todo o Brasil e a piora da qualidade dos serviços.
“O apagão no Amapá foi provocado pela iniciativa privada. Todo o Brasil está vendo as consequências nefastas da privatização para a vida do povo que está há dias sem acesso à energia e serviços essenciais básicos. Quem está lá no Amapá socorrendo a população é uma empresa pública : a Eletronorte, que o senhor Guedes diz que quer privatizar no próximo ano”, afirmou a parlamentar.
Erika não poupou críticas ao governador Ibaneis Rocha. Segundo a parlamentar, Ibaneis não tem estudos que justifiquem a privatização da CEB e tem medo de fazer o debate público com a sociedade sobre o tema.
“Por que tem tanto medo da discussão na Câmara e de fazer os estudos necessários? Por que quer privatizar a CEB na calada da noite? Não vamos permitir que isso aconteça. Não duvide da capacidade de luta dos trabalhadores e trabalhadoras da CEB”, disse Kokay.
“Este governo quer privatizar para ter recursos para a próxima eleição. Ibaneis, o senhor é um mentiroso! Disse durante a campanha que não ia privatizar a CEB. Não é só um mentiroso, é um criminoso. Não podemos ter qualquer tipo de complacência com o crime. Os efeitos da privatização talvez não atinjam o seu governo, porque esse povo não vai lhe eleger de novo, em nome da verdade e do amor ao patrimônio público”, disparou.
A Privatização – Na última sexta-feira (6/11), o governo Ibaneis lançou edital de leilão da CEB, agendado para o dia 27 de novembro na Bolsa de Valores de São Paulo. Conforme o documento, o lance mínimo será de R$ 1,4 bilhão, valor considerado irrisório dado o patrimônio da empresa.
João Carlos Dias, diretor do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (Stiu-DF) disse que providência já estão sendo tomadas contra a privatização. “Já estamos tomando as providências judiciais cabíveis para impugnar esse leilão e a efetivação do processo de privatização, que trará grandes prejuízos para o população, com elevação da conta de luz e piora na qualidade do serviço.”