Justiça por Mari Ferrer: Erika Kokay apresenta representações cobrando apuração da conduta do juiz, promotor e advogado de defesa

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), coordenadora da bancada feminina do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras, reuniu-se nesta quarta-feira (11/11) com a corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Maria Thereza Rocha de Assis Moura, para tratar do caso Mariana Ferrer.

A deputada Erika pediu apuração do colegiado sobre a conduta do juiz que absolveu o empresário André Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem catarinense, durante uma festa em 2018. Segundo a parlamentar, o caso Mariana Ferrer é uma agressão a todas as mulheres. “O que nós vimos foi uma revitimização das mais profundas, que fere o Estado Democrático de Direito”, ressaltou a parlamentar.

A corregedora disse que o caso já está em apuração no CNJ e que o colegiado irá tomar as providências cabíveis. Segundo Maria Thereza, o CNJ irá analisar se o juiz, durante o decorrer do processo e da audiência, comportou-se de forma inadequada em relação aos preceitos éticos da magistratura. “Nossa esfera é disciplinar”, disse a corregedora, ao afirmar que o colegiado não tem competência de avaliar a decisão do juiz, que deve ser questionada pela defesa da vítima em outras instâncias do judiciário.

Maria Thereza disse, ainda, que o caso reforça a necessidade da capacitação dos magistrados para lidar com crimes sexuais e violência doméstica e familiar. “Vamos dialogar com todos os atores envolvidos sobre como deve ser o tratamento dado à vítima durante o processo”.

Erika Kokay também se reuniu com o corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Rinaldo Reis Lima, para cobrar investigação da conduta do procurador de Santa Catarina responsável pelo caso de Mariana. Reis Lima afirmou que o CNMP já solicitou as imagens da íntegra da audiência para apurar possível omissão diante de atitude antiética, ilegal e constrangedora por parte do advogado de acusação.

O corregedor afirmou que embora não seja advogado da vítima, o promotor deve zelar pela dignidade da mesma e de todos o que estão participando da audiência. Caso seja comprovada a omissão, o promotor deve responder a um processo administrativo.

Além das audiências, a deputada Erika Kokay entregou representações para o presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luiz Fux, para o presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Augusto Aras, para o corregedor do Processo Disciplinar da OAB, Ary Raghiant Neto, além do presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SC, Anacleto Canan.

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