O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, parabenizou nesta quarta-feira, 21, o socialista Luis Arce por sua vitória nas eleições presidenciais de domingo na Bolívia, um processo que descreveu como “confiável” após o pleito anulado de 2019. O secretário americano de Estado também saudou o vice-presidente eleito, David Choquehuanca.
“Reconhecemos o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Salvador Romero, e todas as autoridades eleitorais bolivianas por supervisionar esse processo confiável”, disse Pompeo em um comunicado.
As eleições de domingo foram realizadas após a anulação da votação de 20 de outubro de 2019, depois de uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) estabelecer que houve uma “manipulação dolosa” em favor do então presidente, Evo Morales (2006-2019), que buscava um quarto mandato.
Evo terminou renunciando em meio aos violentos protestos da população e pressões do Exército. Primeiro ele foi para o México e depois se refugiou na Argentina.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos reiterou ontem a mensagem do governo de Donald Trump divulgada na segunda-feira, na qual afirmava que espera trabalhar com o novo governo.
Em entrevista a jornalistas estrangeiros, o presidente eleito da Bolívia disse na terça-feira que Evo poderá voltar à Bolívia, mas não terá nenhuma influência ou cargo em seu governo. Arce também disse que pretende restabelecer relações diplomáticas com Cuba, Venezuela e Irã – rompidas pelo governo interino de Jeanine Áñez -, mas com relação aos Estados Unidos afirmou que deixará para o governo americano tomar a iniciativa de uma aproximação para a restauração de laços.
Bolívia e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas a nível de embaixadores desde que Evo expulsou o representante americano em 2008 por suspeitas de espionagem. Depois, ele também expulsou do país o programa antidrogas DEA e o Programa de Cooperação USAID.
Com 88,5% dos votos oficialmente apurados, Arce, candidato do Movimento ao Socialismo (MAS) somava 54,46% dos votos e seu rival mais próximo, o ex-presidente de centro direita Carlos Mesa, 29,31%. Os votos que faltam ser apurados são principalmente da área rural, tradicional reduto do MAS. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.