A Secretaria de Saúde anunciou que vai desativar o Hospital de Campanha do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, no próximo dia 20 de outubro. A estrutura – que começou a funcionar em maio, durante a pandemia de Covid-19 – tem 197 leitos de enfermaria, suporte avançado e de emergência.
“Diante do cenário atual, com a baixa ocupação de leitos, a pasta não vê necessidade de renovar o contrato”, disse a secretaria, em nota.
Até a manhã desta quinta-feira (8), a unidade de saúde atendia 38 pacientes e 1.755 pessoas receberam alta. No sistema público, a taxa de ocupação de leitos para a Covid-19 é de 63,1%. Segundo o GDF, existem 168 leitos vagos em hospitais da rede.
Em relação aos casos, a capital contabiliza 3.378 óbitos relacionados ao novo coronavírus e 197.369 pessoas infectadas desde o início da pandemia.
Apesar da alta de casos, a Saúde informou que a desativação do hospital de campanha “não vai impactar a lotação das demais unidades que atendem casos de coronavírus”.
“Estamos em tendência de queda do número de casos. Há, portanto, leitos vagos na rede que podem absorver a atual demanda, que será regulada por meio do complexo regulador da Secretaria de Saúde. Nenhum paciente ficará sem leito.”
Investimento de R$ 79 milhões
O hospital de campanha do Mané Garrincha foi o primeiro a ficar pronto no DF e custou R$ 79 milhões, incluindo serviços de gerenciamento de leitos, fornecimento de insumos e equipamentos hospitalares e a contratação da equipe de saúde.
O contrato com a empresa responsável pela manutenção foi assinado no dia 10 de abril de 2020. A previsão era a de que os serviços seriam prestados até o dia 6 de outubro, no entanto, a secretaria prorrogou o acordo por mais 30 dias, para fazer a desmobilização.
Em maio, ainda durante a inauguração, o GDF informou que ao fechar as portas, os bens e equipamentos da unidade seriam incorporados ao patrimônio da Secretaria de Saúde.
Suspeita de fraudes
No dia 15 de maio, uma operação da Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público (MPDFT) e a Controladoria Geral da União (CGU), passou a investigar supostas irregularidades no contrato emergencial firmado pela Secretaria de Saúde para a construção do hospital de campanha no Mané Garrincha.
À época, a força-tarefa cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços de empresários e de um servidor público investigado. Os nomes não foram divulgados. A busca por provas ocorre também na Subsecretaria de Infraestrutura em Saúde.
Outras unidades
Apesar do fechamento da unidade no estádio Mané Garrincha, o GDF está construindo o Hospital de Campanha de Ceilândia. O GDF informou que a unidade está com cerca de 90% das obras concluídas, mas ainda sem prazo para ser entregue. A obra deve custar R$ 10,4 milhões e ocupa uma área de 22,9 mil metros quadrados.
A ordem de serviço para iniciar a construção foi assinada no último dia 13 de julho. Dos 60 leitos, 20 são de suporte respiratório e 40 de enfermaria. De acordo com o governo, após a pandemia, a unidade vai ser transformada no Hospital Materno Infantil de Ceilândia.
Outro hospital de campanha previsto para o DF está sendo construído dentro do Complexo Penitenciário da Papuda. A unidade terá 40 leitos e espaços para separar presidiários de facções rivais e ex-policiais, durante a pandemia.
A Secretaria de Saúde informou, nesta quinta-feira (8), que “a obra já foi concluída” e, no momento, “está dando andamento ao contrato de gestão da unidade”.