A Grécia condenou, nesta quarta-feira (7/10), 45 pessoas acusadas de integrarem o partido neonazista Aurora Dourada.
Entre os condenados, estão líderes e deputados eleitos para o Parlamento grego. Com os ânimos exaltados, ativistas chegaram a entrar em confronto com a polícia grega.
Nenhum dos sentenciados compareceu ao tribunal para ouvir a decisão. Trata-se de um dos julgamentos mais importantes na história política do país, em processo que durou mais de cinco anos.
Um dos promotores que acompanhou todo o caso classificou o episódio como “o maior julgamento de criminosos fascistas desde Nuremberg” – tribunal que condenou líderes do nazismo alemão.
O partido foi classificado pela Justiça do país como “organização criminosa”. As penas variam entre 5 e 15 anos de prisão.
O Aurora Dourada é acusado de promover ataques de ódio que resultaram, inclusive, no assassinato de um rapper. Pavlos Fyssas foi morto a facadas. Toda a liderança do partido acabou presa à época do crime, dando início ao julgamento, em 2015.
Criação e ascensão
O partido foi criado em 1980 por um ex-integrante do exército grego, Nikos Mihaloliakos, mas só atingiu seu ápice em 2012, quando a Grécia passava por grave crise financeira.
O descontentamento popular com a gestão do país, principalmente quanto a questões imigratórias, fez a instituição fascista ganhar força nacionalmente. O ano de 2019 marcou a última participação do partido no sistema político da Grécia.