Em carta a Mourão, 8 países europeus dizem que desmate em alta dificultou negócios

Ana Carolina Amaral

“Enquanto os esforços europeus buscam cadeias de suprimento não vinculadas ao desflorestamento, a atual tendência crescente de desflorestamento no Brasil está tornando cada vez mais difícil para empresas e investidores atender a seus critérios ambientais, sociais e de governança”.

A afirmação é parte de uma carta enviada nesta terça-feira (15) ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e assinada pelos embaixadores de oito países europeus: Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega, Reino Unido e Bélgica.

Com exceção da Bélgica, os outros sete países signatários compõem a Parceria das Declarações de Amsterdã. A iniciativa busca a eliminação do desmatamento associado às cadeias agrícolas de suprimento da Europa.

Segundo o documento, ao qual o blog teve acesso, agentes comerciais buscam estratégias corporativas que reflitam “um interesse legítimo dos europeus por alimentos e outros produtos feitos de forma justa, ambientalmente adequada e sustentável”.

“No passado, o Brasil demonstrou ser capaz de expandir sua produção agrícola e, ao mesmo tempo, reduzir o desflorestamento”, diz a carta.

Os países afirmam contar com um compromisso político do governo brasileiro para reduzir o desflorestamento e esperam “que isso se reflita em ações reais imediatas”.

A carta pede ao vice-presidente uma discussão junto aos representantes diplomáticos dos oito países, com o objetivo de se criar uma “agenda comum”. Os países também afirmam intensificar o diálogo com produtores, negociantes, importadores, assim como com a sociedade civil, povos indígenas e cientistas.

A carta foi enviada em cópia para os ministros da Defesa, Economia, Agricultura, Meio Ambiente e para a presidência da Funai.

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